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D?Angelo provoca tumulto na platéia

O cantor representou um garoto rebelde, desvairado e sem lei, que arrebenta o que não gosta e depois sorria para quem o está olhando

Por Agencia Estado
Atualização:

O cantor D?Angelo, que se apresentou ontem no Free Jazz, desceu do palco e provocou empurrões na platéia, quebrou um suporte de microfone, simulou por duas vezes fazer sexo no chão do palco e destruiu uma bateria, que foi trocada no meio do show, a socos e pontapés. D?Angelo ainda jogou quatro camisetas, que pouco vestiu, para o público, que se debateu para rasgá-las e guardar um pedaço. A soul music de D?Angelo fechou as apresentações do Main Stage do Free Jazz. Seu show começa lembrando um halloween, em que ele e o resto dos músicos entram encapuzados, no meio de fumaça e no escuro. Depois, seguem-se risadas de fantasma e só aí a música começa. A performance de palco parece ser o mais importante para D?Angelo, cuja voz fica um tanto inaudível às vezes, em meio às bases eletrônicas, coro e bases de corda e metal. Ficou clara a tentativa de marcar a platéia e oferecer um show antológico. D?Angelo representa um garoto rebelde, desvairado e sem lei, que arrebenta as coisas que não gosta e depois sorri para quem o está olhando. Além disso, gritava e sacudia os músculos bem definidos bem próximo às garotas à beira do palco, para lhes arrancar berros finos e estridentes. Em princípio, tudo indica que ele apresentará um repertório de soul music moderna, mas em meia hora D?Angelo grita e se joga no palco, a um som pesado que ficou como o momento heavy metal da noite. O que não chega a retirar do show tudo o que tem de boa soul music, que pôs o público para dançar o tempo inteiro. Na platéia, muitos adolescentes, a maior parte de meninas, tomando conta da beira do palco. Abertura ? Femi Anikulapo-Kuti & The Positive Force fizeram um espetáculo de energia, com direito até a dançarinas africanas. Os nigerianos tiveram a simpatia do público logo de início, e corresponderam com um som africano jazzístico. Destaque para os dois solos de sax, e os de trombone e trompete. Femi, que é filho de Fela Anikulapo-Kuti, fez discurso pró-Africa e arrancou aplausos quando disse que ?só gritando nós, africanos, podemos exorcizar nossa raiva?, o que talvez seja verdade. Mas, a se levar em conta o show, Femi e sua banda são felizes e contagiam.

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