Daft Punk refresca cena eletrônica mundial

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Por Agencia Estado
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Quando lançaram o disco Homework, em 1997, os franceses do Daft Punk definiram novos parâmetros para a música eletrônica mundial e confirmaram o país como tendência moderna nas pistas. Tudo sem perder o caráter underground. Quatro anos depois, eles lançam Discovery, junto com um grande esquema de divulgação que pretende aproveitar ao máximo a atenção que Madonna ajudou a trazer para a house music saída dos clubes de Paris. O novo trabalho é um bom sinal de que ainda há caminhos a serem percorridos na música eletrônica. Discovery é incrivelmente fresco, misturando elementos da disco, influências e efeitos dos anos 80, um toque de funk e boas melodias. Thomas Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo resolveram deixar de lado as longas faixas instrumentais para explorar músicas e "vinhetas" com climas bem diferenciados. "Resolvemos deixar de lado as faixas de dez minutos com uma idéia para fazer músicas de três minutos com 40 idéias", disse Bangalter à MTV norte-americana. O resultado é o "party record" da temporada: Discovery traz uma sucessão de músicas animadas, que misturam house e discretos elementos do big beat, em produções extremamente modernas. O clima de One More Time, o primeiro single, que virou hit instantâneo no mundo todo, está presente em várias outras faixas, que sempre trazem novas camadas de efeitos da época do synth pop. A surpresa fica por conta das ótimas músicas mais lentas, como Something About Us, que tem baixo funk e vocais dos próprios daft punks. Outra bom momento é Too Long, em que Romanthony (que também é responsável pela voz de One More Time) aparece com delicadas melodias. Entre as instrumentais, Aerodynamic faz o melhor uso de um solo de guitarra nos últimos tempos. "Nossa missão é estar sempre evoluindo, no próximo disco não queremos fazer a mesma coisa de Homework ou Discovery", garante Bangalter. "Nossa visão da música está sempre mudando." É este o espírito que mantém o frescor da electronica mesmo em uma época em que o gênero começa a se perder na ambição comercial das gravadoras. Se depender do Daft Punk, a criatividade do gênero ainda tem um bom caminho pela frente.

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