Cultura Artística celebra 110 anos e inicia fase final das obras do novo teatro

Para marcar a data, serão realizados concertos com o contratenor Jakub Józef Orlínski e o conjunto Il Pomo D’Oro na Sala São Paulo

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Por João Luiz Sampaio
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No dia 12 de fevereiro de 1912, a página 3 do Estadão trazia a notícia de criação de uma nova entidade. A Sociedade de Cultura Artística, dizia o texto, se dedicaria a promover a arte nacional, abrindo espaço para artistas e público, acompanhando na cultura o progresso que a cidade então experimentava.

Jakub Jozef Orlinski toca piano no escritório da Warner Music em Nova York, em 3 de dezembro de 2021 Foto: Aleksandra Michalska/Reuters

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A iniciativa levava a assinatura de importantes artistas e jornalistas como Vicente de Carvalho, Nestor Pestana, então chefe de redação do Estadão, e Julio Mesquita, que em 1902 tornou-se único proprietário do jornal, do qual foi colaborador e diretor desde 1885. De lá para cá, 110 anos se passaram. E para marcar a data, dois concertos serão realizados na Sala São Paulo, nesta segunda-feira, 1º, e terça, 2, com uma estrela do canto lírico internacional, o contratenor polonês Jakub Józef Orlínski, que se apresenta com o conjunto Il Pomo D’Oro em um repertório batizado de Facce d’Amore, com árias de óperas, muitas delas escritas para o célebre castrato Farinelli.

Teatro

Hoje, durante a apresentação, também será anunciada a retomada das obras do novo Teatro Cultura Artística (o antigo prédio foi destruído por um incêndio em 2008, restando apenas o enorme painel de Di Cavalcanti na fachada do teatro, na Rua Nestor Pestana, que já foi restaurado). Em setembro, começa a fase final do trabalho. E a expectativa é de que já em 2023 as instalações comecem a funcionar, antes da inauguração oficial, marcada para 2024. “Em 1950, quando o teatro original ficou pronto, as atividades da Cultura Artística foram potencializadas, tornaram-se mais dinâmicas. E temos certeza de que o mesmo vai acontecer agora com o novo teatro, em especial no que ele vai possibilitar em termos de ampliação das importantes atividades pedagógicas que já desenvolvemos”, explica Frederico Lohmann, superintendente da entidade. 

Jakub Jozef Orlinski toca piano no escritório da Warner Music em Nova York, em 3 de dezembro de 2021 Foto: Aleksandra Michalska/Reuters

Segundo Lohmann, após o incêndio, a Cultura Artística iniciou uma reflexão a respeito do sentido que um novo teatro precisaria ter. “Ficou claro para nós a necessidade de pensar o significado que um novo teatro precisaria ter para a cidade. E a resposta foi ter um papel mais ativo na formação. Passamos a apoiar projetos como as primeiras edições do Ilumina Festival, o Encontro de Música Antiga da USP. E assumimos as atividades da Fundação Magda Tagliaferro. Hoje, temos doze músicos bolsistas no Brasil e seis no exterior, já começando a desenvolver carreiras importantes”, diz. “De um lado, temos assim o foco na excelência de programação, com a vinda ao Brasil de grandes artistas e conjuntos. E, de outro, esse investimento na formação musical”, afirma. E ambos dialogam. “Hoje, no contrato que fazemos com os artistas já incluímos atividades pedagógicas. O Orlinsky vem cantar e vai também oferecer masterclass, assim como os músicos do Il Pomo D’Oro”, completa. 

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