Cultura Artística anuncia atrações para 2001

A abertura da 85.ª temporada, em abril, ficará a cargo do Coro e da Orquestra do Festival de Ludwigsburg. Terá ainda a Filarmônica de Nova York, regida por Kurt Masur, a de Israel, por Zubin Mehta e a Orquestra Sinfônica da Rádio de Berlim, entre outras atrações

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Por Agencia Estado
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A Sociedade de Cultura Artística de São Paulo chega à sua 85.ª temporada reunindo grande número de orquestras e grupos de câmara de destaque no cenário internacional. A programação de 2001, que terá início em abril, conta com os mesmos patrocinadores deste ano: Bovespa, Telefonica, Votorantim e Volkswagen. A abertura da temporada ficará a cargo do Coro e da Orquestra do Festival de Ludwigsburg, acompanhados de seu diretor e fundador, o maestro Wolfgang Gönnenwein. Criados há 30 anos, coro e orquestra possuem um repertório bastante variado, que vai desde a música sacra até a ópera, em especial de compositores como Heinrich Schütz, Stravinski, Gluck, Beethoven, Weber, Mozart e Verdi. Em maio, a atração será a Cleveland Orchestra, uma das cinco grandes orquestras norte-americnas e grupo de grande prestígio internacional. Fundada em 1918 por Nikolai Sokoloff (responsável, também pela construção do Severance Hall, sua casa de concertos), a orquestra foi dirigida por lendários maestros como Erich Leinsdorf, Arthur Rodzinski, Pierre Boulez e Zubin Mehta. Seu diretor atual é o maestro Christoph Von Dohnányi, que rege a orquestra nos concertos em São Paulo. No posto desde 1982, Dohnányi o deixará em 2002, quando dará vez ao alemão Franz Welser-Most. Outra integrante do grupo das "Big Five" norte-americanas (as cinco maiores orquestras dos EUA), a Filarmônica de Nova York apresenta-se em junho, regida por Kurt Masur, seu diretor desde 1991, quando substituiu o maestro israelense Zubin Mehta. Uma das mais antigas orquestras do mundo - foi fundada em 1842 -, a Filarmônica de Nova York já teve à sua frente grandes nomes da música dos últimos dois séculos, como Rubinstein, Tchaikovski, Mahler, Rachmaninoff, Strauss, Toscanini, Koussevitzki, Pierre Boulez e Leonard Bernstein. Como diretor, Masur reativou as transmissões ao vivo dos concertos da orquestra. No ano que vem, ele deve ser substituído mas já deu seu recado pela imprensa norte-americana: "Se a orquestra não encontrar ninguém que possa assumi-la, eu fico até quando for necessário". A primeira atração de julho, a cantora alemã Ute Lemper tem um repertório que a coloca entre as principais, e mais controversas, intérpretes do momento. Já participou de uma coreografia feita especialmente para ela pelo célebre Maurice Béjart, esteve em filmes de diretores como Peter Greenaway, além de ter integrado musicais como Chicago e Cats. Em seu repertório, aparecem canções de Kurt Weill, entre outros compositores, e gravações com importantes maestros (Kent Nagano, Zubin Mehta, John Mauceri e Luciano Berio, para citar alguns) e com orquestras como a Filarmônica de Israel e as sinfônicas de Berlim e Londres. Familiar - Ainda em julho, outra atração será o Quarteto Hagen, da Alemanha. Formado originalmente por quatro irmãos da família Hagen, o grupo hoje é composto pelos violinistas Lukas Hagen e Rainer Schimidt, pela violista Veronika Hagen e pelo violoncelista Clemens Hagen. Descobertos por Gidon Kremer e apadrinhados por Nikolaus Harnoncourt, os integrantes do conjunto ficaram conhecidos pelo seu vasto repertório, que vai desde os clássicos vienenses até a música do século 20. Zubin Mehta e a Orquestra Filarmônica de Israel serão as atrações do mês de agosto. Mehta foi o primeiro regente a ser efetivamente contratado pela orquestra, que já atuou sob a direção de grandes batutas como as de Carlo Maria Giulini, Josef Krips, Leonard Bernstein (nomeado regente laureado da orquestra em 1988) e Kurt Masur ("Regente Convidado Honorário" desde 1982). Também em agosto, o violoncelista e violista catalão Jordi Savall apresenta-se ao lado do grupo Hesprion 20, fundado por ele e sua esposa, a soprano Monserrat Figueras. Uma das personalidades mais polivalentes de sua geração - além de instrumentista, ele desenvolve as atividades de regente e pedagogo - Savall tem desenvolvido um trabalho intenso de promoção da música antiga e acredita que a música é, mais do que uma profissão, uma vocação. Liderados pelo flautista Giovanni Antonini, os jovens integrantes do Il Giardino Armonico aparecem por aqui em setembro. Seu repertório é centrado nos séculos 17 e 18 e uma das principais marcas do grupo é a utilização de instrumentos de época. Já trabalharam com importantes maestros como Nikolaus Harnoncourt e Trevor Pinnock (que esteve aqui no ano passado ao lado do The English Concert) e já se apresentaram com grandes artistas como Cecilia Bartoli, Sumi Jo, Eva Mei e Lynne Dawson. Em outubro, a diversidade de repertório da Camerata Bern passa a ser o destaque. Criada há 40 anos, esta formação de câmara suíça, que atua sem regente, vem ao Brasil acompanhada do oboísta e compositor Heinz Holliger como solista. Holliger, músico fortemente influenciado por Pierre Boulez, é um dos mais destacados instrumentistas no que diz respeito à música contemporânea. Quem encerra a temporada do Cultura Artística, em novembro, é a Orquestra Sinfônica da Rádio de Berlim, que tem como diretor o maestro Rafel Fruhbeck de Burgos. No entanto, quem regerá o grupo na turnê é o alemão Marek Janowki, aluno de Wolfgang Sawalisch, atual regente titular da Orquestra Filarmônica da Rádio França.

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