Crítica: No novo disco, Tribalistas flutuam entre a aura naïf e a politização

O segundo álbum do supergrupo preserva o conhecido DNA ‘tribalístico’ na sua sonoridade, mas, na temática, se alterna entre letras engajadas e mais líricas

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Por Adriana Del Ré
Atualização:
Os Tribalistas Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown reunidos no Rio: DNA sonoro preservado. Foto: FabioMotta/Estadão 

Quem esperava uma revolução sonora dos Tribalistas não a encontrará no novo disco da tríade Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown. Mas, afinal, quem esperava isso? O primeiro e até então único álbum do supergrupo havia sido lançado há longínquos 15 anos e, nesse tempo todo, ninguém sabia se o trio um dia voltaria. É até um alento constatar que o DNA ‘tribalístico’ está preservado, em toda sua poética melódica, nesse segundo trabalho. E talvez não fizesse sentido ‘a volta’ deles se fosse diferente disso. 

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Mas, dentro do contexto dos Tribalistas, há, sim, mudanças significativas nas letras. Se existia uma certa inocência no primeiro disco, traduzida em canções como Velha InfânciaJá Sei Namorar e Passe em Casa, agora, percebe-se uma postura mais politizada, em músicas como Diáspora – e os refugiados pelo mundo –, Um Só – sobre a sociedade feita de diferenças e como isso nos une – e Lutar e Vencer – sobre resistência. Reflexo dos novos tempos.

Isso não impede que a aura naïf dos Tribalistas surja nos momentos mais líricos, como na bela Aliança e Fora da Memória. Assim, apesar de reunir algumas canções numa outra frequência temática, Tribalistas, o novo álbum, soa como uma continuação daquele primeiro trabalho, formando um belo cancioneiro ‘tribalístico’. 

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