Cristovão Bastos e Nó em Pingo D´Água lançam álbum

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Por Agencia Estado
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Cristóvão Bastos e o conjunto Nó em Pingo D´Água fazem sábado e domingo, no Sesc Vila Mariana, shows de lançamento do disco Domingo na Geral (gravadora Lumiar). É o encontro de um dos mais importantes pianistas da música brasileira contemporânea (Cristóvão trabalha principalmente com samba e choro, e isso é, senhores, música brasileira contemporânea) com o quinteto que deu um passo à frente no tratamento musical desses gêneros. Sem esquecer a tradição, enriqueceram-nos no tratamento rítmico, melódico, harmônico, na inventividade dos arranjos e composições, na alegria da pronúncia. Compositor de mão cheia, ainda que mais conhecido como instrumentista e arranjador, Cristóvão Bastos é parceiro de Chico Buarque na obra-prima Todo Sentimento, e de Paulinho da Viola, Paulo César Pinheiro, Elton Medeiros, Abel Silva e outros nomes do primeiro time, em canções sempre fabulosas. Nana Caymmi só entrega os arranjos de seus discos a Cristóvão, e não o dispensa nos shows que faz. Arranjador predileto de Edu Lobo e Gal Costa - para ficar em poucos, mas importantísssimos nomes -, Cristóvão é o autor da melodia (a letra é de Aldir Blanc) de Resposta ao Tempo - aquela canção que Nana Caymmi cantava na abertura da minissérie Hilda Furacão, alguém esquece? É deles dois, também, o tema da novela Suave Veneno, mais uma vez defendida por Nana. Merecedor de oito prêmios Sharps, como compositor, arranjador e instrumentista, o músico carioca começou como acordeonista e pulou para o piano por conta própria. Levou para o instrumento - e para o enriquecimento da música brasileira - o sentimento, retrabalhado, da roda chorona suburbana, do samba da roda espontânea. Tornou-se um dos músicos mais importantes do País, mestre de uma escola de pianistas-arranjadores que tem seguidores do quilate de Leandro Braga. O Nó em Pingo D´Água foi criado em 1978. Pela formação, assemelha-se a um grupo tradicional de choro. Pela música apresentada, deu aquele passo à frente mencionado acima. Mantém, nos quase 25 anos de existência, o mesmo time de instrumentistas excepcionais: Celsinho Silva (pandeiro), sax soprano (Mário Sve), contrabaixo (Papito), bandolim (Rodrigo Lessa) e violão (Rogério Souza). O Nó tocou com Nara Leão, Geraldo Azevedo, Ivan Lins, Ney Matogrosso - e com os melhores nomes da música contemporânea. Com Ney Matogrosso, o grupo criou o melhor disco do cantor nos últimos anos, Batuque. Em solo, o Nó em Pingo D´Água reviveu a obra de João Pernambuco (João Pernambuco - 100 Anos, em 1983), reviu a música urbana em Salvador (1988), propôs sua peculiar Receita de Samba (1991) e ganhou de Guinga a música que deu nome ao quarto CD, Nó na Garganta (1999). As músicas de Domingo na Geral - sambas, choros, maxixes, baiões, valsas - têm assinatura dos integrantes do Nó ou de Cristóvão Bastos. Concepção e arranjos são assinados coletivamente. Paulinho César Pinheiro diz que, no disco, eles estão dando nó de marinheiro. Coisa de mestre. Imperdível. Nó em Pingo D´Água e Cristóvão Bastos. Sábado,às 21 horas; e domingo, às 18 horas. R$ 7,50, R$ 10,00 (estudantes), R$ 15,00 e R$ 20,00. Teatro do Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141, São Paulo, telefone 5080-3000.

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