Corpo de Mário Lago é enterrado no Rio

Cerca de 300 pessoas compareceram à cerimônia e homenagearam o artista entoando sucessos como Amélia e Aurora

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O corpo do ator, compositor e escritor Mário Lago foi enterrado hoje, no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio. Ele tinha 90 anos e morreu em casa, na noite de quinta-feira, de insuficiência respiratória, provocada por enfisema pulmonar. Durante o enterro e o velório, no Teatro João Caetano, fãs, amigos e familiares cantaram grandes sucessos de Lago como Amélia e Aurora, acompanhados pela Velha Guarda da Mangueira, escola de samba do compositor. Um de seus fillhos, Mário, definiu a homenagem ao pai "como uma consagração." O corpo de Mário Lago chegou ao cemitério em um carro do Corpo de Bombeiros e foi recebido com aplausos por mais de 300 pessoas que compareceram ao São João Batista. O caixão com o corpo do ator estava coberto pelas bandeiras do PT, do Partido Comunista e do Fluminense Futebol Club."Ele nos deixa no momento em que mais precisamos dele, mas o seu legado é essa experiência que ele nos deixa para aplicarmos em nossas vidas. Ele era um brasileiro completo, como intelectual, artista e militante político", disse a governadora do RJ, Benedita da Silva. Segundo o ator Francisco Milani, Mário Lago "foi um exemplo de cidadania, de trabalhador, de preocupação com o Brasil. Tinha a exata consciência de como nossa profissão pode contribuir com o País." "Ele era um militante de qualquer causa boa", ressaltou o deputado estadual Chico Alencar (PT), lembrando que Lago foi um dos primeiros a assinar o manifesto a favor de Mária Eugênia, ex-companheira da cantora Cássia Eller - no fim do ano passado - para ter a posse e guarda de Francisco Eller, o Chicão, filho da artista. Se Mário Lago foi importante referência para os colegas de profissão, sempre teve o respeito e o reconhecimetno da classe política."Para nós brasileiros, Mário Lago é um símbolo de continuidade e de luta pela justiça social no País", declarou o senador Eduardo Suplicy, que compareceu ao velório e ao enterro representando a direção nacional do PT. Mário Lago também foi lembrado pelo espírito alegre e generoso com que levava a vida. "Mário soube viver da sua boemia e procurava viver suas idéias", comentou o diretor de TV, Daniel Filho, lembrando que durante a ditadura militar o ator destinava parte de salário para ajudar exilados políticos. Artistas e políticos levarão a diante o projeto de fazer um show em homenagem a Mário Lago. O evento servirá também para arrecadar recursos para ajudar nas despesas médicas do ator, que morreu acumulando uma dívida de mais de R$ 30 mil com seu tratamento. No próximo dia 12, o ator receberia da Assembléia Legislativa o título de Cidadão Benemérito do Estado do Rio de Janeiro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.