Conheça as principais atrações do Free Jazz 2000

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Por Agencia Estado
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Sonic Youth - O grupo de art-rock nova-iorquino Sonic Youth existe há 17 anos e tem 14 discos, o mais recente deles uma verdadeira pérola, NYC Ghosts & Flowers, recém-lançado no Brasil. O grupo surgiu como antítese ao punk e à new wave, trazendo requintes melódicos sob um caos instrumental. Como o Velvet Underground, o Sonic Youth soube aliar uma certa atitude e vigor com grande senso de experimentalismo. Influenciou barbaramente grupos de maior sucesso, como Pavement e Nirvana. Ele surge de uma fusão entre a crueza do rock (os guitarristas Lee Ranaldo e Thurston Moore) e a erudição de Glenn Branca, compositor com formação clássica. Thurston Moore vinha do grupo Coachmen. Ranaldo vinha do grupo The Fluks. Depois, veio o performático Branca. Por fim, o toque feminino: incorporou-se ao grupo a cantora e baixista Kim Gordon, que já tinha uma boa folha corrida em bandas de Los Angeles. Com a chegada do baterista Richard Edson, nascia o Sonic Youth. Em 1982, gravaram Confusion Is Sex pelo selo Neutral, de Glenn Branca. A banda foi mudando gradualmente - o baterista Edson saiu para a entrada de Bob Bert, que depois foi trocado por Steve Shelley. Com o disco Daydream Nation, de 1988, tornaram-se uma das bandas-chave do rock contemporâneo. Manu Chao - Em entrevista, o músico franco-espanhol Manu Chao revelou que faz música "como uma criança", sem preocupação com grandes elaborações. Busca um resultado mais intuitivo e menos programado. Seu disco Clandestino - que teve canções gravadas no Brasil por Adriana Calcanhoto, Rebeca Matta e outras - vendeu 3 milhões de exemplares mundo afora. Ex-punk, viveu um mês e meio em Santa Tereza, no Rio, e é fã ardoroso de capoeira e cachaça. "Eu sempre digo que minha carreira musical está terminada", diz Chao. "Se a próxima coisa que fizer não me agradar, largo tudo e vou pescar na Nova Zelândia", diz. Max Roach - Aos 76 anos, considerado um dos últimos grandes bateristas, Max Roach é a maior estrela do jazz no festival. Ele começou a tocar quando tinha apenas 10 anos, em bandas de igreja. Militante da música negra religiosa, que teve grande influência no seu desenvolvimento, ele também estudou na Manhattan School of Music. Em 1942, juntou-se a Charlie Parker, Dizzy Gillespie e virou "baterista-residente" do clube Monroe´s Uptown House, fazendo lendárias jam sessions lá e no Minton´s Playhouse, onde desenvolveu seu bop. Tocou com todo mundo: Parker, Gillespie, Louis Jordan, Coleman Hawkins, Clifford Brown e outros. D´Angelo - Astro da nova geração do rhythm and blues, o cantor D´Angelo é hoje uma das grandes estrelas da música negra, conectando a tradição de Curtis Mayfield, Stevie Wonder, Marvin Gaye e Al Green a um senso tecnológico e moderno. Nascido Michael Archer em Richmond, Virginia, em 1975, D´Angelo ganhou - com apenas 18 anos - três vezes os concursos amadores do Apollo Theatre, do Harlem. Em 1991, ele assinou um acordo comercial com a EMI e foi encaminhado para a Capitol Records, para gravar seu álbum de estréia, Brown Sugar. Vendeu 2 milhões de exemplares. Está na estrada divulgando Voodoo, seu novo trabalho. Sean Lennon - O filho caçula de John Lennon, segundo disse a própria mãe à reportagem há alguns anos (Yoko Ono), é um afoito colecionador de discos de bossa nova brasileiros. Após tocar baixo em turnê com a banda Cibo Matto (liderada por sua namorada, Yuka Honda), Sean Lennon também participou do primeiro Tibetan Freedom Concert com os Beastie Boys - um evento musical beneficente em prol do Tibete. Sean gravou então seu disco de estréia, Into the Sun, pelo selo Grand Royal. No disco, base de sua turnê, ele mistura pop, rock, jazz, bossa nova e o rock psicodélico dos Mutantes. Femi Kuti - Filho do lendário Fela Kuti, o cantor, compositor e multiinstrumentista nigeriano Femi Kuti chega com sua banda Positive Force ao Free Jazz a bordo de um novo disco, Shoki Shoki (recém-lançado aqui pela Universal Music). É o embaixador do afrobeat, que tem uma levada mais dançável e internacionalizada que seus correlatos. Canta também em inglês, toca sax e tem uma banda com trompetista, guitarrista e tecladista. Por conta disso, é mais aceito no mundo da world music do que alguns de seus conterrâneos. Suas letras são politizadas e ele se apresenta com um time de dançarinos da pesada. Talvin Singh - O percussionista, DJ e produtor hindo-britânico Talvin Singh faz um som que é descrito como drum´n´bass por uma revista especializada e como ambient music em outra e, ainda, como música étnica em outra. Singh só tem um trabalho lançado, OK, e demonstra conhecer bem a música brasileira e seus percussionistas, como Carlinhos Brown e Naná Vasconcelos. Ele ganhou fama precocemente como anfitrião das festas Anoukha, no Blue Note londrino. Depois disso, fez turnês com David Bowie e Björk, remixou músicas de Madonna e tocou tabla (tambor indiano) para o Massive Attack. João Donato - O pianista e compositor acreano João Donato é um dos pioneiros da bossa nova, um dos seus estetas mais criativos dos anos 50 e 60. Ele foi um dos migrantes da bossa, radicando-se nos Estados Unidos em 1959 por conta de sua carreira. Viveu 14 anos lá, trabalhando com artistas como Chet Baker, Tito Puente e Mongo Santamaria, Astrud Gilberto e Tom Jobim. Aos 66 anos, continua sendo um farol musical para jovens artistas - é parceiro de Marisa Monte em algumas composições no seu novo disco, Memórias, Crônicas e Declarações de Amor. Acaba de ganhar também um prêmio Shell pelo conjunto de sua obra. Moloko - A banda britânica Moloko é um coquetel dance. O nome foi tirado do filme Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick - é o nome do drinque anabolizado que a gangue dos drugues toma num bar futurista. É liderada pelo inglês Mark Brydon e pela irlandesa Roisin Murphy, loiraça de 27 anos. Roisin (pronuncia-se Rouxín) é a frontwoman do grupo, combinação excêntrica de Angélica, Diana Ross e Cindy Lauper. O som do Moloko é pop com algum tempero funk e disco music escancarada no final, com a banda abrindo espaço para a improvisação do baterista Paul Slowley. Seu novo disco, Things to Make and Do é um convite à festa. Leftfield - O grupo Leftfield vem ao Free Jazz para ocupar um espaço que já foi reservado a grupos como Kraftwerk, Massive Attack e Orbital. De todos eles, o Leftfield é o mais comum e também o mais "coloquial" dos grupos tecnológicas que já terá passado pelas tendas do Jockey Club. O som do Leftfield é uma massa sonora dura, biônica, regida pelos computadores e norteada pela bateria de Paul Daley (ex-Primal Scream) e pelos teclados e a programação de Neil Barnes, também baterista na origem. "Estive em São Paulo há seis anos, como DJ, e vi uma cena noturna excitante, agitada", disse Daley à reportagem durante show recente na Inglaterra. O Leftfield tem dez anos de experiências no mundo da música eletrônica, embora Daley e Barnes só tenham estourado em 1995, com o disco Leftism. "Acho que, se a banda terminasse hoje, depois desse show, eu não diria sobre ela que ajudou a criar algo novo, mas que teve uma marca, uma assinatura", ele afirmou. O show do Leftfield é simples. Um telão, imagens cíclicas, repetitivas, e uma música tocada em alto volume. Eles abrem o show com Rino´s Prayer, carro-chefe (assim como a onipresente Swords) do seu novo e celebrado disco, Rhythm & Stealth (Sony Music).

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