Congressistas protestam contra o funk do "tapinha"

Ouça o funk

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Por Agencia Estado
Atualização:

Deputadas e senadoras de vários partidos estão protestando contra as músicas Tapinha, cantada pelo grupo Furacão 2000, e Tapa na Cara, do Pagod?art, que, na opinião delas, é uma apologia à violência contra a mulher. Como essas músicas estão a toda hora sendo tocadas em rádios e em programas de TV e, certamente, irão popularizar-se ainda mais durante o carnaval, as deputadas foram ontem ao secretário Nacional de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Gilberto Saboya, pedir a realização de uma grande campanha na mídia pregando a ?integridade física das mulheres?. O secretário demonstrou solidariedade com a preocupação das deputadas, mas não acenou de imediato com qualquer solução. ?Eu não posso censurar essas músicas?, ponderou o embaixador que, no entanto, manifestou o seu repúdio às letras relatadas pelas deputadas. ?Se te bota maluquinha, um tapinha eu vou te dar porque dói, um tapinha não dói?, diz uma das letras. A outra música conta que a mulher pede ao amante um tapa na cara e o rapaz demonstra, de início, até uma certa relutância porque não tem o hábito de bater em mulher mas acaba concluindo: ?com amor, se você quiser...eu vou te dar?. A deputada Iara Bernardi (PT-SP) comentou que as músicas estão sendo tocadas até a saturação em programas de domingo nas TVs, incluindo no Xuxa Parque destinado a crianças e adolescentes. E teme retrocessos no trabalho de combate à violência contra a mulher a partir da ?banalização? de um tapa na cara que seria promovida pelas músicas. ?Se o tapa é natural, o que será depois disso: o estupro??, protesta a deputada.

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