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Concertos lembram o compositor Hector Berlioz

O compositor erudito francês Hector Berlioz teve sua obra vista com desconfiança dentro e fora da França. Duzentos anos depois de seu nascimento, as homenagens este ano são uma espécie de pedido de desculpas

Por Agencia Estado
Atualização:

ector Berlioz é um dos personagens principais da música em 2003, quando se lembram os 200 anos de seu nascimento. A efeméride, na verdade, é o grande pretexto para uma espécie de pedido de desculpas. Dentro e fora da França, sua obra sempre foi vista com desconfiança, fruto de uma inventividade nem sempre compreendida por seus contemporâneos. Músicos franceses, no entanto, já preparam uma série de comemorações e, em diversos teatros do mundo, suas óperas ganham remontagens. No Brasil, uma série de concertos com algumas de suas principais obras, a começar pelo monumental Requiem, que será interpretado pela Sinfônica Municipal, sob regência de Ira Levin hoje, domingo e terça-feira. O Requiem é um bom exemplo do modo como a crítica recebia as invenções de Berlioz. A inspiração para a peça surgiu em Roma, quando o compositor admirava o afresco Juízo Final de Michelangelo - Berlioz chocou-se ao constatar como eram pequenas as dimensões do coro e da orquestra que acompanhavam os ofícios na Capela Sistina. A estréia da peça só aconteceria, no entanto, anos mais tarde, em 1837, em Paris - 200 instrumentistas e 210 vozes invadiram a Capela de São Luiz, em Paris, chocando um público acostumado às missas de Cherubini. "Ele deu uma nova forma à própria idéia de música. A cada momento ele surge com algo novo para a época, possui uma concepção diferente de instrumentação, lida bem com o colorido de cada instrumento da orquestra e atinge efeitos inacreditáveis", diz o maestro Theodor Guschlbauer, que rege a Osesp em maio na execução da Sinfonia Fantástica do compositor. "Berlioz estava mais interessado no simbolismo do som do que no som propriamente dito. Se encontrava o som de um instrumento não ortodoxo que considerasse necessário para expressar um sentimento, ele o usava. Há muita coisa por trás de uma escolha como essa", diz a meio-soprano Graciela Araya, que canta o ciclo Les Nuit´s d´Éte, também com a Osesp, no mês que vem. Clique aqui para ler mais Hector Berlioz com a Orquestra Sinfônica Municipal - Com os corais Lírico e Paulistano. Solos de Marcelo Vannucci. Regência Ira Levin. Hoje e terça-feira (dia 15), às 21 horas; domingo (13), às 11 horas. De R$ 5,00 a R$ 15,00. Teatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, s/n.º, tel. 222-8698

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