Com a ida de Hugo Possolo para o posto de secretário municipal de Cultura, o Theatro Municipal de São Paulo deve ganhar um novo diretor artístico – na tarde de terça, 10, especulava-se na casa que a equipe de Possolo seguiria à frente da instituição.
Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, no entanto, um novo diretor será escolhido por Possolo e pela equipe do Municipal assim que o dramaturgo e palhaço assumir a secretaria, o que deve ocorrer no dia 23 de março. Independentemente do nome escolhido, a secretaria afirma que a programação preparada por Possolo para 2020 não passará por nenhuma alteração.
Possolo vai substituir Alê Youssef, que anunciou ontem a decisão de deixar a Secretaria para se filiar ao Cidadania, que deve oferecê-lo como opção de vice na chapa do atual prefeito Bruno Covas (PSDB-SP) em sua campanha pela reeleição.
Outros secretários de Cultura, como André Sturm, já acumularam seus cargos com o de diretor da Fundação Theatro Municipal. Mas o caso de Possolo é diferente. Isso porque ele não era contratado da fundação, entidade do poder público, mas, sim, do Instituto Odeon, entidade privada responsável pela gestão do teatro por meio do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (Mrosc).
A mudança na direção artística vai se dar em meio a uma mudança maior, no formato de administração do Municipal, que passará a ser regido pelo modelo de organizações sociais. A prefeitura deve lançar ainda este semestre um edital de chamamentos para entidades interessadas na gestão do Municipal e seus corpos estáveis.
Em teoria, a organizações sociais teriam autonomia para escolher cargos como o de diretor artístico ou regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal e dos corais do teatro. Mas a prefeitura tem sinalizado posição contrária, afirmando que a Secretaria Municipal de Cultura vai participar da escolha.
Segundo afirmou em entrevista recente ao Estado Regina Silvia Pacheco, secretária adjunta de Alê Youssef, o entendimento é de que esses cargos são estratégicos à luz da política cultural do município e, portanto, a prefeitura deve participar da escolha dos profissionais que irão ocupá-los.