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Coletânea reúne vozes de trinta divas

Diva: 30 Great Prima Donnas reúne algumas das mais belas vozes femininas interpretando grandes momentos do repertório operístico

Por Agencia Estado
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Certa vez, perguntado sobre suas motivações para compor um papel, o tenor canadense John Vickers afirmou que a ópera lida com três coisas: o amor, a verdade e a beleza. Ressaltou, no entanto, que todas elas são difíceis de definir, o que faz com que o cantor deva buscar criar uma atmosfera na qual cada pessoa consiga vivenciar sua própria visão sobre o que seria o amor, a verdade e a beleza. Lançada agora no Brasil, a coletânea Diva: 30 Great Prima Donnas traz alguns desses momentos, protagonizados por algumas das principais vozes femininas da segunda metade do século em gravações que entraram para a história como referência. Os discos apostam nas mesmas árias de sempre, uma opção mercadológica que tem dado resultado desde que Pavarotti, Domingo e Carreras cantaram juntos pela primeira vez, em 1990. O ouvinte não deve, também, esperar grandes informações biográficas a respeito das intépretes e dos compositores: o encarte limita-se a informar o ano, o local, e os artistas envolvidos na gravação. Além disso, parte do acervo da gravadora, algumas das faixas já apareceram em outras coletâneas, em especial na série The Ultimate Opera Collection 1 e 2. É o caso, por exemplo, de Dich Teure Halle, da ópera Tanhäuser, de Wagner, na interpretação de Kiri te Kanawa; da ária Che Faro Senza Euridice, do Orfeo ed Euridice, de Gluck, na bela interpretação de Dame Janet Baker; de Mi Chiamano Mimi da La Bohéme, na voz de Barbara Hendricks; ou de Montserrat Caballé cantando Il Etait un Roi de Thulé, do Fausto de Gounod. Callas - Grandes momentos, porém, não faltam na coletânea. Maria Callas aparece com o Suicidio da La Gioconda, de Ponchielli, em uma gravação de 1952. A italiana Renata Tebaldi, principal rival de Callas, vem em seguida, interpretando, da Traviata de Verdi, Addio del Passato, em uma gravação do Scalla de Milão, dirigida por Antonino Votto, em 1961. Giulietta Simionato como Santuzza na Voi lo Sapete o Mamma, da Cavalleria Rusticana, gravada em Turim no ano de 1950. Marcela Pobbe cantando O mio Babbino Caro (Gianni Schcchi, de Puccini). Kátia Ricciarelli como Elvira, de I Puritani, de Bellini, em Son Vergin Vezzosa, do primeiro ato. Regine Crespin, estrela da Ópera de Paris nos anos 50, em um dos principais papéis de sua carreira, Carmen, na famosa Habanera. Wagner está presente em duas faixas: Johohoe!, do Holandês Voador, na voz poderosa de Astrid Varnay, e o Liebestod de Isolda, na voz de Martha Mödl, presença constante em Bayreuth durante as décadas de 50 e 60. De Handel, há três grandes momentos: Renée Fleming como Alcina, em Di´, Cor Mio; Marilyn Horne como Rinaldo na ária Cara Sposa, e Jennifer Larmore como Xerxes em uma comovente interpretação da ária Ombra Mai Fu dirigida por Jesús López-Cobos. Cinco faixas do segundo disco são dedicadas a Mozart, colocando lado a lado a antiga e a nova geração de cantoras mozartianas. Cecilia Bartoli interpreta Quest´improviso tr, de Lucio Silla; Frederica Von Stade canta Amore un Landrocello, de Cosi Fan Tutte; Vedrai Carino, de Don Giovanni, na bela voz de Barbara Bonney; Non Piu di Fiori, de La Clemenza di Titto, com Lucia Popp; e a ária da Rainha da Noite, da Flauta Mágica, na interpretação de Edita Gruberova. Completam a coletânea Catherine Malfitano (Vissi D´Arte, da Tosca), Lucia Valentini Terrani (Una Voce Poco Fa, do Barbeiro de Sevilha), Angela Gheorgiu (Je Dis que Rien ne M´épouvante, da Carmen), Sumi Jo (Ária das Jóias, do Fausto), Anne Sofie Von Otter (Je vous écris, de Werther), Tatiana Troianos (Thy Hand, Belinda, de Dido and Aeneas) e Sylvia McNair (O let me ever, de The Fairy Queen). Diva: 30 Great Prima Donnas. Várias solistas. Teldec Classics, 2 CDs, R$ 70,50.

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