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Clara Becker mostra o repertório de Falando de Amor

Por Agencia Estado
Atualização:

Algo emotivo que tem o amor como fio condutor. É assim que a cantora Clara Becker define o show Falando de Amor que ela apresenta amanhã, na Choperia do Sesc Pompéia, em São Paulo, dentro do Projeto Prata da Casa. "O repertório do show perpassa por todas as vertentes do amor" conta ela, lembrando que cada canção escolhida remete a um momento de sua própria vida. O que logo faz pressupor, no mínimo, um bom gosto para a trilha sonora de tais momentos. No bojo estão composições como Pela Luz dos Olhos Teus, de Tom Jobim, Até Pensei e O Casamento dos Pequenos Burgueses, de Chico Buarque, Novamente, de Fred Martins e Alexandre Lemos, Cinema Antigo, de Suely Costa e Cacaso, Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, Ô Doux Visages Que J´ai tant Aimés, de Michel Legrand e Eddie Barclay, Ai Quem Me Dera, de Vinícius de Moraes. Há ainda O Gago Apaixonado, de Noel Rosa, Dou-não-Dou, de Djavan, Absinto, de Fátima Guedes, A Solidão, de Alceu Valença, Aventura, de Eduardo Dusek e Luiz Carlos Góes, entre outras. "Mas meu xodó é Viola Quebrada, a única música composta pelo escritor Mário de Andrade e inspirada em Catulo da Paixão Cearense", prossegue. "Sou fascinada pela Semana de Arte Moderna de 1922; descobri toda a movimentação intelectual e artística naquele período graças ao teatro", diz a cantora. Ela conta que, em 1990, participou de um espetáculo baseado na correspondência trocada entre o poeta Carlos Drummond de Andrade e o escritor modernista. "Era sempre assim, participava das montagens como atriz mas pontuava os espetáculos com meu canto". Interpretação - Clara, embora ultimamente esteja no palco no papel de cantora, diz que a arte dramática é o seu grande referencial. Não poderia ser diferente. A herança familiar sinaliza. Ela é filha do ator Walmor Chagas, que assina a direção do show "Falando de Amor", e de Cacilda Becker, a maior atriz da história do teatro brasileiro. "Tive contato com a arte desde muito cedo; em casa tínhamos um ambiente riquíssimo nesse sentido", lembra. "Valorizo muito o texto contido nas canções e acabo interpretando-as como no teatro". Segundo ela, essa é a melhor maneira de captar os sentimentos pedidos a cada música. Uma canção triste pede uma interpretação mais carregada. As canções de amor, uma interpretação mais passional. E assim por diante. "A não ser que eu queira imprimir ironia a alguma situação dessas; na verdade, eu me entrego totalmente ao repertório". Dúvidas - Clara deu início aos estudos de canto aos 18 anos. Mas a despeito do apoio familiar, tinha problemas com a timidez. "Não tinha certeza se o canto era o meu verdadeiro dom". Acompanhada pela dúvida que não queria calar, profissionalizou-se como atriz e participou dos principais espetáculos teatrais patrocinados por Walmor Chagas no Teatro Ziembisnski, no Rio. No início da década de 90, resolveu parar de atuar. "Precisava refletir sobre o papel da música na minha vida". Durante esse período, trabalhou como produtora dos filmes Um Céu de Estrelas, de Tata Amaral, e Ed Mort, de Alain Fresnot. As primeiras apresentações foram em bares cariocas, no ano passado, onde a cantora pôde testar repertório e, principalmente, confiança. Sentimento que agora, felizmente, ela tem de sobra para mostrar no palco da choperia. Ou mesmo para ocupar-se da pré-produção do primeiro CD, em companhia do pianista Júlio Ricarte. "Tem sido um prazer cantar". Tudo a seu tempo. Clara Becker: Amanhã, às 21 horas. Entrada franca. Sesc Pompéia (Rua Clélia, 93); Informações pelo telefone: 3871-7700

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