Choronas e Choro das 3 lançam novos CDs

Quarteto feminino dá voz a novos compositores e irmãs Lia, Corina e Elisa divulgam álbum em SP

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Por Livia Deodato
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Há cerca de quatro anos, o Estado revelou aos seus leitores o choro das meninas de Porto Feliz. De lá para cá, muita coisa mudou, a começar pelo nome do trio - saíram do Balaio de Gato e mandaram ver no Choro das 3. As irmãs Lia (violão), Corina (flauta) e Elisa (bandolim), hoje com 17, 20 e 15 anos, respectivamente, deixaram a infância para trás, passaram a ser mais reconhecidas não só nas ruas da cidade onde nasceram, como na capital, e, finalmente, receberam o merecido convite da Som Livre para gravar o primeiro álbum de suas carreiras, Meu Brasil Brasileiro, que acaba de chegar às lojas de todo o País. Veja também: Ouça 'Bolinha de Gude', do Choro das 3  Ouça 'Aquarela na Quixaba', do grupo Choronas  Por coincidência, a primeira faixa do disco é a mesma do também recém-lançado álbum das Choronas, O Brasil Toca Choro: Brejeiro, de Ernesto Nazareth. "Nossa senhora! Eu já sabia que o disco delas tinha saído, mas ainda não tive a oportunidade de ouvi-lo. Não imaginava que elas escolheriam a mesma música para abrir o álbum!", surpreende-se Lia. "Decidimos contemplar músicas conhecidas e dar a elas uma leitura nova. Assim, quem já conhece vai ouvir com prazer e quem não conhece terá a chance de ouvir clássicos do choro", completa. Entre outras obras-primas de nossa música, como Odeon (também de Ernesto Nazareth), Doce de Coco (Jacob do Bandolim) e Carinhoso (Pixinguinha), Meu Brasil Brasileiro apresenta uma das dez músicas que a irmã mais nova, Elisa, de 15 anos, já compôs. Bolinha de Gude, que Elisa define como uma polca, já estava pronto à época da entrevista realizada pelo Estado em 2004. "A Elisa fala que fazer música é fácil, difícil mesmo é botar nome nela", conta Lia. A caçula, que já toca bandolim, clarineta e banjo, agora se aventura no piano. D. Arlete, sua professora lá de Itu, garante que os seis meses de aula de Elisa equivalem ao 3º ano de um aluno mortal. "Ela já tem três composições no piano, ainda sem nome também", diverte-se Lia. Quem perder o show de lançamento nesta quinta-feira, 3, das talentosas meninas, ainda terá outras duas próximas chances de ouvi-las em São Paulo - sábado no CEU Vila Atlântica (R. Coronel José Venâncio Dias, 840, Pirituba) e no dia 16 na Fnac Morumbi (Av. Roque Petrone Júnior, 1.089). Choronas revelam talentos pelo Brasil Uma turnê pelos quatro cantos do País há cerca de três anos fez as Choronas, pioneiras no gênero, se darem conta de que O Brasil Toca Choro. Decidiram, então, reunir numa única compilação parte das pessoas talentosas que conheceram por essas andanças e seus respectivos materiais musicais produzidos. "Por todo lugar que passávamos, convidávamos músicos de choro locais. Nos surpreendemos com a qualidade das composições. Descobrimos que o Brasil toca choro, apesar do raro espaço na mídia", diz a cavaquinista Ana Cláudia César. Brejeiro abre o terceiro disco das Choronas. "É um clássico do choro, né? A música carro-chefe do Yamandu Costa, quando defendeu o Prêmio Visa, também foi Brejeiro", lembra. No recheio, entre Assanhado, de Jacob do Bandolim, e Choro Negro, de Paulinho da Viola e Fernando Costa, estão as inéditas dos contemplados: Marcos César, do Recife, com Lela Não Tem Reclamado, Luiz Pardal, de Belém, com Edgar Foi à Feira, o já reconhecido Hamilton de Holanda, de Brasília, com Aquarela na Quixaba, Cláudio Menando, de Curitiba, com Sombra e Água Fresca, e Alceu Maia e Gabriela Machado, do eixo Rio-São Paulo, com Serelepes. A primeira geração de mulheres choronas (fundaram o grupo há 13 anos) tem dois shows especialíssimos já agendados: dia 11, em Estocolmo, Suécia, onde vão representar o Brasil num encontro de música do mundo, e em 1º de maio no Festival do Chorinho, Mel e Cachaça, em Viçosa, no Ceará. Choro das 3. Anhembi Morumbi - Campus Morumbi. Avenida Roque Petroni Jr., 630. Grátis. Quinta-feira, 3, às 21 h

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