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China diz que manifestação de Bjork sobre o Tibet é caso isolado

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Por Redação
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A declaração politicamente carregada da cantora islandesa Bjork em um show recente em Xangai foi um caso isolado e não vai afetar a vinda de outros artistas estrangeiros à China, disse na quinta-feira uma autoridade chinesa. O Ministério da Cultura chinês disse na semana passada que endureceria os controles sobre artistas estrangeiros, depois de Bjork ter gritado "Tibet! Tibet!" depois de cantar sua música "Declare Independence". A China governa a região do Tibet, no Himalaia, desde que a invadiu em 1950 e condena terminantemente qualquer contestação a sua autoridade sobre ela. Protestos feitos por monges tibetanos se espalharam por províncias chinesas, após uma série de marchas promovidas em diferentes pontos do mundo para lembrar o 49o aniversário de um levante contra o domínio comunista sobre a isolada região montanhosa. Na fase atual que antecede as Olimpíadas de Pequim, a região vem se tornando motivo de mais manifestações. A apresentação de "Declare Independence" por Bjork não tinha sido aprovada pelas autoridades e "causou insatisfação entre o público chinês maior", disse a jornalistas o vice-ministro da Cultura, Zhou Heping. Mas, segundo ele, o incidente foi um caso isolado. "Isso não afetará os convites feitos pela China a artistas de outros países para que venham apresentar-se na China, especialmente os grupos e artistas estrangeiros convidados para apresentar-se durante as Olimpíadas", disse ele. Bjork, que cantou na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, já usou a canção "Declare Independence" para promover os movimentos de independência em outros lugares, como o Kosovo. A China proíbe artistas de apresentar conteúdos que "prejudiquem a unidade nacional", e analisa as listas de canções e suas letras antes de aprovar a realização de shows. Os artistas vistos como tendo ofendido os sentimentos nacionais são isolados por tempo indeterminado, ou até que se considere que se retrataram. A China proibiu a popstar taiuanesa Chang Hui-mei de apresentar-se por um ano, depois de ela cantar o hino da ilha autônoma de Taiwan na posse do presidente anti-China Chen Shui-bian, em 2000. A China considera o Taiwan parte de seu território soberano.

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