Chico Buarque sobe ao palco para ajudar a Mangueira

Há anos o compositor não lança CD, nem faz show. Suas aparições são cada vez mais raras

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Por Agencia Estado
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Querendo ou não, Chico Buarque é sempre o centro das atenções nos shows fechados que a Estação Primeira de Mangueira realiza anualmente, para arrecadar fundos para seu carnaval. Na noite de terça-feira, o espetáculo foi mais uma vez em São Paulo, no Tom Brasil Nações Unidas. Reservado, há anos o compositor não lança CD, nem faz show. Suas aparições são cada vez mais raras. E ele, que normalmente não é dado a entrevistas, em época de projeto novo, então, se torna mais avesso ainda. Mas mesmo em fase de gravação do novo CD, Chico concedeu uma rápida entrevista à Agência Estado, momentos antes de subir ao palco como um dos convidados da Mangueira. Evitou falar de política e antecipou alguma coisa sobre o novo trabalho que deve ser lançado em abril. Há nove anos, você participa fielmente dos shows da Mangueira... Nesses anos todos, participei mesmo quando não estive em atividade musical - aliás, na maioria desses anos todos (risos). Não é trabalhoso: é o mesmo pessoal, a mesma platéia, as mesmas músicas, é só relembrá-las. Você falou que durante anos não esteve em atividade musical mas agora está se dedicando a um novo CD (ainda sem título). Em que estágio a gravação está? Estou em estúdio e vou terminar agora, depois do carnaval. O repertório tem parcerias com Ivan Lins, Jorge Elder, Edu Lobo e Carlinhos Vergueiro. São 11 faixas. A idéia é lançar em abril. Na seqüência, inicia turnê? Acho que não, porque em maio tenho compromisso na Alemanha, com lançamento do livro ainda. Depois em junho, tem Copa do Mundo. Você planeja voltar para a Alemanha na Copa? Não programei ainda. Mas não vou fazer nada durante a Copa. Depois, é possível fazer shows. Mas não estou muito programado. A única coisa certa agora é que vou terminar o disco que comecei a gravar em setembro. Está na hora de terminar. Acabei de fazer as músicas, estava dependendo disso. Recentemente, você fez um trabalho com o Zezé di Camargo e Luciano, não foi? Foi uma gravação... Por que você aceitou participar desse trabalho? Por que não? Estou concentrado no disco, mas isso não me impede de gravar com outras pessoas. Eles escolheram uma música que não é minha, mas a versão é minha de Gesùbambino (´Minha História´). Ficou bem apropriada para o tipo de coisa que eles fazem. E entrei no jogo deles. Você assistiu ao filme deles, "2 Filhos de Francisco"? Agora é que vou assistir, eles me mandaram o DVD. Você acompanhou essa polêmica envolvendo Ferreira Gullar, Ministério da Cultura e a carta aberta de Caetano? Eu estava viajando, cheguei agora. Não acompanhei essa polêmica. Interrompi a gravação do disco para registrar a última participação para o programa (Chico se refere à série de TV Chico Buarque, cujo último episódio está sendo exibido pela DirecTV). O Roberto (de Oliveira, o diretor) grava adendos para os episódios que já foram feitos. Agora mesmo fui fazer acréscimo para programas que já estavam prontos. Estive em Budapeste, em Barcelona... Qual sua opinião sobre a crise do governo Lula? Quer que eu dê uma opinião agora? Não vou dar não. Não é o momento.

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