As atividades e atribuições do Centro de Documentação Musical Eleazar de Carvalho só não parecem maiores que o entusiasmo com que fala delas o seu coordenador, o maestro Antônio Carlos Neves Pinto.
O primeiro encontro com ele se dá em sua sala, um espaço atulhado de papéis e discos na parte administrativa da Sala São Paulo. Sobre a mesa, uma partitura de uma das sinfonias de Villa-Lobos que a Osesp estava gravando no final de fevereiro, com o maestro Isaac Karabtchevsky.
"É muito mais do que gravar", diz Neves Pinto. "É criar novas edições da partitura, trabalho de resgate histórico extremamente importante, no qual o maestro Karabtchevsky está sendo fundamental", completa.
O plano da edição das sinfonias de Villa-Lobos é audacioso e faz parte da editora Criadores do Brasil, iniciada pelo maestro John Neschling durante seu período na orquestra. Além de obras de autores como Francisco Braga e Alberto Nepomuceno, entre muitos outros, são editadas também as encomendas feitas pela Osesp a cada temporada.
E há, no centro, material sobre a história da orquestra? Gravações? "Claro! Muita coisa". Ele dá um telefonema e convoca: "Vamos, te mostro já". E, depois de caminhar pelos corredores da Sala São Paulo, chegamos ao espaço onde o material está guardado. São fotos, programas de concertos, centenas de fitas com gravações dos concertos. E cartas. É o próprio Neves Pinto que corre para as pastas e começa a mostrar: "Essa aqui é do Eleazar de Carvalho, essa é do Souza Lima."
Segundo ele, o objetivo é manter a história da orquestra organizada e acessível ao público. Atualmente, todo o material está sendo catalogado – mas os planos futuros incluem a digitalização do acervo.