Celso Viáfora lança CD com show em SP

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Por Agencia Estado
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O compositor Celso Viáfora lança amanhã, na Tom Brasil, o disco Basta um Tambor Bater (gravadora JAM Music), seu quarto disco, o primeiro inteiramente dedicado ao samba - embora não sua estréia no mundo do samba. O disco de Celso foi recebido pela crítica do Rio com os termos mais elogiosos e houve quem visse em sua obra qualidade e importância equivalentes às da obra de Zeca Pagodinho. E não custa lembrar que, há quatro anos, Celso integra a ala de compositores do Salgueiro. Nos mencionados elogios, nenhum exagero. Basta um Tambor Bater está entre os melhores discos do ano e reafirma a maturidade musical de compositor, cantor, instrumentista, também arranjador - embora, no novo CD, não assine arranjos: deixou-os a cargo dos especialistas Rildo Hora, Paulão, Ivan Paulo, a turma que trabalha em produção e arranjo com Zeca, Beth Carvalho, Martinho da Vila e o mais do primeiro time do samba. O disco tem participações especiais de Ivan Lins e do MPB-4, na faixa Diplomação (parceria inédita de Ivan - melodia - e Celso - letra), e de Beth Carvalho, em Chora (parceria de Celso com Vicente Barreto). Outras participações podem ser menos conhecidas, mas têm equivalente importância para o mundo do samba - o já mencionado Paulão, violonista, Carlinhos Sete Cordas, os percussionistas Gordinho (surdo), Esguleba (pandeiro), Belôba (tantã), Marcos Esguleba (pandeiros, caixeta), Felipe de Angola (congas, xequerê caxixi), Jorge Gomes (contrabaixo), Mauro Diniz (cavaquinho), Roberto Marques (trombone), Dirceu Leitte (saxofone). Para mencionar uns poucos. Parte da turma estará em cena com Celso, amanhã à noite. E com ele estarão os meninos do projeto Barracão dos Sonhos, de Paraisópolis. São crianças - percussionistas - que participam do projeto de socialização criado em 1999 pelo percussionista Dinho Rodrigues. É emocionante a participação deles no samba Papai Noel de Camiseta, uma das obras-primas do compositor, história de um Natal passada num morro qualquer, numa periferia qualquer - história de um Natal, apesar de tudo, feliz. E esse, apesar de tudo, feliz é marca da obra de Celso Viáfora, que, nisso, expõe um ponto de vista semelhante ao de Chico Buarque com relação a Brasil e povo brasileiro: existem as dores e misérias, mas há um remissão. Darcy Ribeiro acreditava nisso - os humanistas brasileiros acreditam nisso. E não se trata de cegar para o que está em torno, mas de enxergar outras possibilidades, paralelas às oficiais, independentes delas. Esse tipo de olhar carinhoso estende-se às questões amorosas, à observação das paisagens, ao futebol - apesar dele mesmo - e assim por diante: às coisas da cultura que urdiu o samba que Celso compõe como os grandes do samba de todos os tempos. Imperdível. Celso Viáfora. Amanhã(29), às 21 horas. R$ 10,00 (estudantes) e R$ 20,00. Tom Brasil. Rua das Olimpíadas, 66, tel. 3845-2326. Patrocínio: Volkswagen.

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