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Causa da morte de Michael Jackson começa a ser investigada

Jornal afirma que o cantor teria sofrido um ataque cardíaco após tomar uma injeção de anestésico após ensaio

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Por Redação
Atualização:

 

LONDRES - As causas da morte do cantor, compositor e dançarino americano Michael Jackson, de 50 anos, devem ser conhecidas nesta sexta-feira, 26, quando está previsto para sair os primeiros resultados da autopsia, segundo afirmaram autoridades à CNN. Há especulações de que a parada cardíaca teria sido causada por uma injeção de remédios para dores severas depois de um ensaio para a sua turnê de despedida em Londres.

 

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Eram 12h26 (16h26 de Brasília) quando o serviço de emergência de Los Angeles recebeu um telefonema da casa do cantor, que estava inconsciente. Aparentemente, Jackson foi reanimado por uma equipe de paramédicos antes de ser levado para o hospital da Universidade da Califórnia (Ucla). O jornal Los Angeles Times informou que o cantor não respirava quando a ambulância chegou à sua casa. Sua morte foi confirmada às 13h07 (17h07 de Brasília). O corpo foi, em seguida, transportado de helicóptero.

 

O corpo do cantor foi levado para o instituto médico legal e a autopsia está prevista para ser realizada nesta sexta-feira. Porém, autoridades alertaram que pode levar semanas para que se chegue à causa da morte, o que provavelmente terá de esperar pelos resultados de exames toxicológicos. Esses testes vão determinar se o cantor tinha drogas, álcool ou medicamentos em seu organismo. Detetives da divisão de homicídios do Departamento de Polícia de Los Angeles fizeram buscas na casa de Jackson, no bairro de Holmby Hills, em Los Angeles, mas alertaram que a investigação é um evento "corriqueiro".

 

Segundo o tabloide britânico The Sun, o cantor teria desmaiado e parado de respirar depois de uma injeção de um potente analgésico e sedativo chamado Demerol, parecido com a morfina. O jornal diz ainda que Jackson seria viciado no medicamento e poderia ter sofrido uma overdose.

 

Brian Oxman, porta-voz da família Jackson, disse à CNN na quinta-feira que a família estava preocupada com a saúde do cantor e que havia tentado sem sucesso tomar conta dele por meses. "Michael aparecia nos ensaios algumas vezes, ele tentava duramente estar apto a fazer esses ensaios", disse Oxman sobre as preparações de Jackson para uma série de 50 shows que ele começaria a fazer em Londres a partir de julho. "O uso que ele fazia de medicamentos estava atrapalhando, as lesões que ele teve enquanto atuava, onde ele quebrou uma vértebra e a perna ao cair no palco, estavam atrapalhando", disse Oxman à CNN.

 

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"Estresse por retorno fez coração parar"

 

O guru Uri Geller, amigo íntimo de Michael Jackson, disse nesta sexta acreditar que o estresse físico e mental em antecipação à "megatemporada" de 50 shows do cantor em Londres "fez o seu coração parar"."Essa turnê de 50 shows era simplesmente assustadora - 50 shows para qualquer estrela, para qualquer superestrela, é algo imenso. Eu não entendo por que ele decidiu fazer isso consigo mesmo. Aparentemente ele queria provar para o mundo que ele é o número um, que ele ainda é Michael Jackson, que ele ainda poderia fazer um Thriller, que ele conseguiria. E, sabe, acho que a antecipação, os níveis de estresse, a ansiedade para o que viria em Londres era tão grande, acho, que isso - bem, não sou médico - mas acho que isso fez o seu coração parar."

 

Michael Jackson havia anunciado que faria a partir do dia 13 de julho, em Londres, os últimos 50 shows de sua carreira. As apresentações em bloco, concentradas neste verão na arena O2, no leste da capital britânica, marcariam a volta de Michael Jackson aos palcos após dez anos sem realizar shows. A última turnê havia sido entre 96 e 97, quando Michael fez 82 shows com o espetáculo HIStory em 58 cidades. Seu último álbum com material original foi lançado em 2001.

 

Nesta sexta-feira, o amigo do cantor disse acreditar que "a antecipação, os níveis de estresse, a ansiedade para o que viria em Londres" não foi saudável para o ídolo pop de 50 anos. Uri Geller, que vive no Reino Unido e teve Michael Jackson como padrinho de casamento, disse ainda que o cantor certa vez descreveu a si mesmo como "um homem muito solitário". As declarações foram dadas a diferentes programas de rádio e televisão da BBC de sua casa em Sonning, no condado inglês de Berkshire. Em uma das entrevistas, Uri Geller comentou a relação de Michael Jackson, que foi julgado sob acusação de abusar sexualmente de um garoto adolescente, com menores de idade.

 

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"Em algumas ocasiões eu cheguei a gritar com ele, disse a ele para simplesmente não fazer coisas que eu achava que estavam manchando sua reputação - embora eu, em todos os anos que o conheci, nem por uma fração de segundo acreditei que algumas das acusações que estavam sendo levantadas contra eles eram verdadeiras. Mas ele era uma criança e não entendia essas coisas. Quando eu disse a ele furiosamente 'Michael, você não pode trazer crianças para a sua cama', ele apenas olhou para mim e… bem, ele era uma criança de coração, preso em um corpo de adulto."

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Em outro momento, o guru falou sobre a conturbada relação do cantor com a mídia, afirmando que a imprensa e as tevês "adoravam" colocá-lo "em um pedestal", para em seguida "destruir o pedestal". "O mundo inteiro sabia de Michael Jackson. Ele era um bom pai. Muitas vezes eu estive presente quando ele estava com as crianças, e ele era humilde, era carinhoso, era generoso, mas sim, era incompreendido. A imprensa adorava destruí-lo, a mídia o colocava em um pedestal e depois destruía o pedestal. Portanto… sim, ele era muito polêmico, ele viveu um inferno, viveu um inferno muitas vezes, especialmente durante o caso na Justiça e com tudo o que estava sendo dito sobre ele."

 

(Com Ubiratan Brasil, de O Estado de S. Paulo)

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