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Carnaval sem desfile em 2022? Relembre 5 sambas-enredo clássicos

Por conta da pandemia de covid-19, São Paulo e Rio adiaram tradicional evento para abril

Por André Carlos Zorzi
Atualização:

Em um ano 'normal', a sexta-feira, 25, marcaria o início dos desfiles de carnaval no sambódromo de São Paulo. Por conta da pandemia de covid-19, porém, os tradicionais desfiles foram adiados para o feriado prolongado de Tiradentes em 21 de abril, uma quinta-feira. 

Enquanto a data não chega, o Estadão separou alguns sambas-enredo históricos para você relembrar. Confira abaixo. 

Desfile da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro no carnaval de 1993 Foto: Carlão Limeira/Estadão

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Liberdade, Liberdade - Imperatriz Leopoldinense (1989)

No ano em que o Brasil se preparava para ir às urnas nas primeiras eleições diretas para presidente após o fim da ditadura militar (1964-1985), a Proclamação da República (1889) completava um século. Em homenagem ao centenário do fato histórico, a Imperatriz Leopoldinense resolveu se inspirar em dois versos do Hino da República, "Liberdade, liberdade/Abre as asas sobre nós", para compor aquele que muitos consideram um dos sambas-enredo mais marcantes do carnaval.

Com composição de Niltinho Tristeza, Preto Joia, Vincentino e Jurandir e puxado por Dominguinhos da Estácio, a escola de samba conseguiu uma histórica volta por cima: havia sido a última colocada no ano anterior. 

Peguei um Ita no Norte - Salgueiro (1993) 

"Explode coração/Na maior felicidade/É lindo o meu Salgueiro/Contagiando e sacudindo essa cidade!". Até quem não é tão ligado a carnaval acaba lendo no ritmo certo o famoso trecho do samba-enredo que encerrou um período de 17 anos sem título do Salgueiro no carnaval do Rio de Janeiro, em 1993. 

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Na ocasião, o Salgueiro só não recebeu uma nota 10, no quesito harmonia, por parte da julgadora Denira Rosário, que deu 9,5. O desfile contou com um escorregão da porta-bandeira Taninha, que caiu durante a evolução em frente ao módulo 4 da cabine dos jurados.

A música, que foi uma homenagem ao músico Dorival Caymmi, que lançou música de mesmo nome décadas antes, é cantado com frequência em estádios de futebol até hoje. 

Aquarela Brasileira - Império Serrano (1964)

Com regravações por nomes como Elza Soares, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila e Dudu Nobre, a composição citava lugares espalhados pelo Brasil, incluindo Amazonas, Pará, Ceará, Bahia, Pernambuco, Brasília e São Paulo.

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À época, porém, a Império Serrano ficou na 4ª colocação, sem destaque dos jurados para o samba-enredo. O resultado foi considerado injusto por muitos. Conforme consta no livro O Enredo do Meu Samba - A História de Quinze Sambas-Enredo Imortais, de Marcelo de Mello: 

"Cinco décadas depois, ninguém tem dúvida quanto à barbaridade que foi aquele julgamento. Aquarela do Brasil é eterno, enquanto a música da Portela pode, sem polêmica, ser deixada de lado em antologias. Mais do que uma avaliação equivocada, foi um escândalo".

Em 2004, a escola de samba reeditou a música de Silas de Oliveira e, apesar de não ter ido bem, tirou nota máxima no quesito de samba-enredo.

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É Hoje - União da Ilha do Governador (1982)

Considerado um dos sambas mais universais da história do carnaval carioca, marcou o desfile em que a escola de samba ficou na modesta 5ª posição. Entre as versões gravadas posteriormentes da canção, constam feitas por Caetano Veloso, Fernanda Abreu e Dudu Nobre.

Ziriguidum 2001, um carnaval nas estrelas - Mocidade de Padre Miguel (1985)

A temática futurista foi de autoria do carnavalesco Fernando Pinto, à frente da Mocidade em 1980, 1984, 1985, 1986 e 1987, ano em que morreu por conta de um acidente de carro, e marcou época.

Monique Evans relembrou um momento do desfile em depoimento ao Estadão em 2014: "Fomos campeões com Ziriguidum 2001, em 1985. Foi a primeira vez que alguém desfilou sem sutiã. Na hora, uma das estrelas de strass quebrou! Pintei o peito com uma estrela prateada".

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