Carlos Santana faz um mês de apresentações em Las Vegas

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Por ALEX DOBUZINSKIS
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A quem pergunta o que um autoproclamado hippie está fazendo, apresentando-se em Las Vegas por um mês, o guitarrista Carlos Santana responde: ele não tem nada a ver com as ilusões de outras pessoas a seu respeito. Santana abriu seu novo show na semana passada no Hard Rock Hotel - 40 anos depois de emocionar multidões em Woodstock --, tornando-se um dos maiores criadores musicais da geração paz e amor a fazer uma sequência de apresentações na "Cidade do Pecado". O mexicano de 21 anos disse à Reuters esta semana que não se importa com quem possa criticá-lo por afastar-se de suas raízes hippies, fazendo os shows em Las Vegas. "Não me importo com as ilusões das outras pessoas sobre quem eu sou", disse Santana. "Para começo de conversa, elas nem sabem o que faço com meu dinheiro." Onze vezes premiado com o Grammy, Santana disse que tem um longo histórico de apoio a causas políticas, como a luta do arcebispo Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz, contra o apartheid na África do Sul, e organizações de caridade, como uma que auxilia vítimas de terremotos na Nicarágua. Ele observou que outro superastro dos anos 1960, Bob Dylan, com quem já fez turnês no passado, vai cantar em estádios de beisebol pequenos neste verão. "Que diferença faz se toco num estacionamento, em Woodstock ou em Las Vegas?", questionou Santana. O guitarrista, cujos sucessos incluem "Smooth" e "Black Magic Woman", abriu seu show "Supernatural Santana" em 27 de maio no The Joint at Hard Rock Hotel & Casino. Foi a primeira de 72 apresentações que fará no local neste e no próximo ano. Uma semana antes disso, ele tocou na final do programa de talentos "American Idol", na rede Fox, e deu alguns conselhos aos cantores participantes. "É preciso fazer caretas feias para cantar notas bonitas", disse Santana. "A primeira coisa que notei nos ensaios é que os participantes eram bonitos, como modelos." Criado em Tijuana, no México, Santana aprendeu música com seu pai, José, que era violinista de mariachi. Uma vez ele viu seu pai fazer um dueto com um pássaro no quintal da casa deles. O pássaro piava, e José respondia no violino. "Ele falou: 'Se você é capaz de falar com um passarinho, então sem dúvida vai conseguir falar com o coração das pessoas'. Foi a maior lição que ele me ensinou", disse Santana.

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