Brasil tem pouco destaque no Grammy Latino

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Nem a atual onda de atenção que a música brasileira vem tendo no mercado americano ou a "força" dada pela direção da Latin Academy of Recording Arts fizeram com que a participação do país no Grammy Latino ganhasse destaque. A cobertura que a imprensa dos Estados Unidos fez sobre a lista de indicados para a primeira versão do evento vem se concentrando nos grandes nomes da música latina, como Ricky Martin, Carlos Santana e Shakira. O evento vai ser realizado em 13 de setembro em Los Angeles. Embora o Brasil esteja em seis categorias próprias (em meio a 40), com a indicação para Caetano Veloso, Zizi Possi, Só Pra Contrariar e Milton Nascimento. Nem assim o país chamou atenção. Caetano disputa com Juan Luis Guerra, Luis Miguel, Shakira e Carlos Vives o prêmio de álbum do ano; Possi tenta abocanhar a estatueta de melhor performance pop feminina, ao lado de Christina Aguilera, Shakira, Mercedes Sosa e Jaci Velásquez; e o Só Pra Contrariar aproveita a carona na fama de Gloria Estefan na categoria de melhor performance em dupla ou grupo, que tem também Ketama!, Jennifer López e Marc Anthony, Maná e Andreas Vollenweider com Milton Nascimento. Não é preciso entender muito de música para saber que os brasileiros não vão conseguir derrubar os mais importantes nomes do mercado latino, em um prêmio que é votado por profissionais da indústria latina. Na cerimônia cujo principal objetivo é reforçar o orgulho das comunidades hispânicas dando um espaço maior do que o oferecido pelo Grammy americano, dificilmente uma pop star do calibre de Shakira, que vende milhões de discos, vai deixar de ser escolhida em favor de Caetano. Enquanto o SPC tem mais chances de levar a estatueta, por conta de Estefan, a cantora também pode acabar tendo de dar a vez a Jennifer Lopez - mais jovem e sexy. Diferente do Grammy "oficial", o prêmio latino pode acabar beneficiando nomes menos conhecidos. Ivete Sangalo, por exemplo, aparece na categoria de melhor artista novo, concorrendo com Café Quijano, Ibrahim Férrer, Amaury Guitierrez e Fernando Osorio. Já Ivan Lins, que aparece escondido na categoria de melhor gravação pop instrumental, com a música Dois Córregos, vai ter de derrubar o favorito Carlos Santana, e os menos conhecidos Di Blasio, Nestor Torres e o Frankie Marcos Duet. Os melhores acertos parecem ter sido nas categorias de samba e de música regional. Na primeira, foram lembrados os bons trabalhos da Velha Guarda da Portela e da Mangueira (Tudo Azul e Convidados), que concorrem com álbuns de Alcione, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho. Na outra, aparecem nomes como Nilson Chaves, Dominguinhos, Toninho Ferragutti, Carlos Malta e Pife Muderno e Pixinguinha.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.