Braguinha: o compositor das marchinhas de carnaval

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Por Agencia Estado
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O cantor e compositor Carlos Alberto Ferreira Braga, mais conhecido como Braguinha ou João de Barro, nasceu numa sexta-feira da Paixão, no dia 29 de março de 1907, na Gávea, no Rio de Janeiro. Criado em Vila Isabel, Tijuca, foi morador apaixonado por Copacabana e sempre demonstrou em suas canções a grande paixão que sentia pela cidade. Também foi amigo de Noel Rosa, Pixinguinha e Lamartine Babo. Compôs serestas e as marchas-ranchos, mas a consagração veio com as marchinhas de carnaval. Uma delas foi As Pastorinhas, reconhecida a partir de suas primeiras frases: ?A estrela Dalva/ No céu desponta/ E a Lua anda tonta/ Com tamanho explendor...?, que compôs em parceria com Noel Rosa e foi a campeã do concurso de músicas de carnaval do Rio, em 1938. Passou a adolescência em Vila Isabel, onde formou o grupo Bando de Tangarás (inicialmente chamado Flor do Tempo) junto com o cantor e pandeirista Almirante (Henrique Foreis Domingues), o violonista Henrique Brito, e o cantor Alvinho (Álvaro de Miranda Ribeiro), além do jovem violonista e compositor Noel Rosa. O grupo desfez-se em 1933, ano em que Braguinha emplacou seus primeiros sucessos de carnaval: Moreninha da Praia e Trem Blindado,composições que já traziam os temas que iriam marcar toda a sua obra: a exaltação da mulher e a crônica bem-humorada do cotidiano. A década de 30 foi um período fértil para Braguinha, marcado por sucessos como Cadê Mimi? (1935), Pirata(1935) e Carinhoso(1937), que atingiu o auge em 1938, quando dominou o carnaval com três marchinhas que se tornariam clássicos: Pastorinhas (com Noel Rosa), Touradas em Madrid e Yes Nós Temos Banana (com Alberto Ribeiro). No fim de 1943, foi convidado a dirigir a gravadora Continental, que tinha em seu elenco artistas iniciantes como Dick Farney, Ademilde Fonseca e Emilinha Borba. Em menos de três anos, Braguinha levou a gravadora a competir em condições de igualdade com as veteranas do mercado. O fim da década de 40 foi novamente bastante fértil para o compositor. Lançou, no carnaval, sucessos como Pirata da Perna-de-Pau, A Mulata É a Tal(com Antônio Almeida), Tem Gato na Tuba(com Alberto Ribeiro), Chiquita Bacana (também com Ribeiro) e brilhou com sambas como Copacabana, Fim de Semana em Paquetá e A Saudade Mata a Gente. Nesse período lançou, em disco, historinhas infantis, como Chapeuzinho Vermelho. Na segunda metade da década de 60, quando o samba-enredo tomou o lugar das marchinhas no carnaval, Braguinha reduziu sua produção musical Mesmo assim, fez sucesso em 1980 com a marcha Balancê (de 1937), relançada por Gal Costa.

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