Bourbon Street festeja ao som de New Orleans

Templo do jazz e do blues comemora dez anos fazendo em Moema uma versão turbinada do Mardi Gras, o carnaval da cidade americana

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Por Agencia Estado
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Templo do jazz e do blues na cidade, o Bourbon Street Music Club completa 10 anos e comemora com uma grande festa, fazendo uma espécie de Mardi Gras (o carnaval de New Orleans) turbinado que culminará com uma festa na Rua dos Chanés, no fim de semana. Dos anos de sua inauguração, com um show de B.B. King que só foi realizado depois de uma "vaquinha" entre amigos, em 13 de dezembro de 1993, à respeitável e regular série Diners Jazz que realiza todo ano, o Bourbon viveu dias atribulados. Quase fechou, em 1999, quando o dólar enfrentou mais uma de suas pneumonias cambiais. Daqueles shows pioneiros de 1993, o engenheiro Edgar Radesca, sócio do Bourbon, conta a seguinte história: "Os shows foram extraordinários, mas muitos clientes saíram sem pagar, porque o sistema de caixa da casa não funcionava. Alguns garçons até nos roubaram. Sem falar no maître, que beijou uma cliente." De lá para cá, o Bourbon consagrou uma programação que traz tanto o espetáculo quanto a novidade, tanto a experimentação quanto o som ritualístico de um conjunto gospel. Já andaram pelos seus palcos gente como Brad Mehldau, Marcus Miller, Irvin Mayfield, Nicholas Payton, Joshua Redman, James Carter, além de nomes consagrados como Shirley Horn, Nina Simone, Ray Charles e Betty Carter. A programação dos 10 anos da casa começa hoje com uma cantora que já é quase residente do Bourbon, Marva Wright, blues singer de New Orleans, que se apresenta com sua banda, The BMW?s. Marva tem 8 discos lançados e um deles foi gravado no próprio Bourbon, em 1996. Trata-se de Live at the Bourbon Street Music Club, de 1996, lançado pelo selo da casa. Entre as estrelas da semana, estão o coral da Igreja Batista e o cantor Jabial Reed, o grupo vocal Nu Begginings, o acordeonista Dwayne Dopsie e um grupo de zydeco tradicional, os Hellraisers, além do mítico Preservation Hall Jazz Band, grupo que existe desde os anos 50. De todas as atrações da jornada do "Mardi Gras" paulistano do Bourbon, uma delas parece destoar. Só parece. Trata-se do nova-iorquino DJ Logic, que conhece bem, como ele adianta, a música dos paulistanos Marky e Carlos "Soul" Slinger. "Admiro a diversidade musical que há no Brasil e acho que isso é que faz a diferença. Cresci no Bronx, ouvindo muito hip hop, mas também jazz e rock. Comecei numa banda de rock", conta Logic, falando ao Estado. O DJ vai se apresentar com uma formação tradicional de música de New Orleans, a Dirty Dozen Brass Band, criada em 1977 como uma banda de metais como as que tocam nos funerais da Louisiana. Sua especificidade consiste em incorporar ritmos modernos, como funk, o rock, o R&B e o jazz ao som clássico das paradas fúnebres. Bourbon Street Fest. De hoje a quinta-feira, a partir das 21 horas; sexta e sábado, a partir das 22h30; e domingo, a partir das 12 horas. R$ 45,00 (terça e quarta), R$ 65,00 (quinta, sexta e sábado), R$ 95,00 (domingo, com brunch). Bourbon Street Music Club. Rua dos Chanés, 127, tel. 5095-6100.

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