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Bob Dylan não quis ser o "líder de uma geração"

"Eu não era o porta-voz de nenhuma geração e essa idéia tem de ser arrancada pelas raízes", disse o músico a um jornal britânico

Por Agencia Estado
Atualização:

Bob Dylan passou por uma crise pessoal no final dos anos 1960, causada por sua enorme fama, disse o cantor e compositor ao jornal britânico The Sunday Telegraph. "Tudo virou um pesadelo", disse Dylan, referindo-se à sua incapacidade de fugir da voracidade dos fãs. Dylan disse ter se mudado para o interior do Estado de Nova York em busca de tranqüilidade, mas que foi seguido por vários de seus fãs. Ele disse que o medo de que algum fã mais afoito atacasse a ele ou à família dele levaram-no a manter diversas armas em casa, o que atrapalhou seu processo criativo. "Nos primeiros anos, tudo foi como uma viagem em um tapete voador para mim, e de repente, tinha acabado", disse o cantor e compositor ao jornal. "Ali estava tudo o que quis a vida toda, mas de repente eu senti que não agüentaria mais". Perguntado se ele chegou a ter uma crise de nervos, Dylan respondeu que sim. O peso das expectativas também contribuiu para essa tensão, disse o músico. Ele ressaltou seu desgosto com a imagem de "porta-voz de sua geração", geralmente aplicada a ele pelos críticos. "Eu não apenas não a queira, como não precisava dela. Eu não conseguia entendê-la, também. Eu não era o orador de nenhuma geração e essa idéia tem de ser arrancada pelas raízes". Dylan falou ao The Sunday Telegraph de sua casa em Minnesota, onde está escrevendo o segundo volume de sua auto-biografia.

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