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Bienal traz o novo talento musical

Destaques do projeto Prata da Casa, como Kléber Albuquerque, Berinbrow e Vanessa Bumangy, vão se apresentar por duas semanas no Sesc Pompéia

Por Agencia Estado
Atualização:

Criado em 1999, o projeto Prata da Casa tem dado oportunidades a novos cantores, instrumentistas e compositores brasileiros. Foram, ao todo, 98 atrações espalhadas ao longo destes anos e reunidas periodicamente em mostras especiais, no fim de cada semestre. Agora, é a vez da Bienal Prata da Casa, que durante duas semanas homenageia a música brasileira reunindo no palco do Sesc Pompéia artistas descobertos pelo projeto, que produzem desde o som de raízes até o eletrônico. Nesta quinta-feira, as atrações são Kléber Albuquerque e Berinbrow. Considerado um dos mais interessantes poetas da música popular a aparecer no cenário dos anos 90, Albuquerque já tem dois discos-solo gravados e acabou de gravar ao lado de Elio Camalle, Luiz Gayotto e Madan, o álbum UmDoUmDoUm - uma alusão ao fato de o disco ter sido gravado a partir do primeiro dia do primeiro ano do novo século -, além de estar iniciando seu terceiro disco. Natural do ABC paulista, já foi dito de Albuquerque que ele é um dos novos autores que se propõem a renovar a música popular brasileira, fugindo de modas e vanguardas autonomeadas. Com um perfil diferenciado, o conjunto mineiro Berimbrow também está no programa desta sexta-feira. Descoberto há cerca de um ano pela Prata da Casa, quando reuniu quase mil pessoas no Sesc Pompéia, o Berimbrow mistura em sua música a folia de reis, a marujada e o congado de Minas com o funk e a soul music de James Brown e Gerson King Combo. Em breve, a banda deve concluir um novo disco - em fase de pré-produção - com releituras de sucessos de Clara Nunes e Gonzaguinha. Programação - A Bienal Prata da Casa vai durar duas semanas, sempre de quinta-feira a domingo. Com curadoria dos críticos Mauro Dias, do Estado, e Carlos Calado, o projeto apresenta amanhã a cantora e compositora Vanessa Bumangy que, após anos na Espanha e trabalhos dedicados à poesia de Federico García Lorca, trabalha com gêneros brasileiros, como o baião e a canção urbana. Também na sexta, Daniela LaSalvia apresenta um pouco de sua música - que deve estar também presente em seu primeiro disco, em preparo -, preocupada, entre outros temas, com a integração do homem com o seu meio. No sábado, as atrações são a revelação do violão Weber Lopes, um dos expoentes da música instrumental mineira, e o Trio Curupira, discípulo de nomes como Hermeto Paschoal, que trabalham no diálogo entre improvisos jazzísticos e composições criadas a partir de ritmos tipicamente brasileiros como o baião, o frevo, o maracatu e o congado. Encerrando, no domingo, a primeira semana da Bienal, o cantor, violonista e compositor Dudu Salinas e o doce sotaque mineiro de Ceumar. No dia 1.º, o som de Andrea Marquee e a diva da cena mangue-beat do Recife Mônica Feijó, que mistura em sua música os tambores do maracatu com texturas eletrônicas e um certo romantismo pop. Dia 2 é a vez de Consuelo de Paula - conhecida pela combinação da tradição regional com as formas urbanas da MPB que caracterizam seu disco Samba, Seresta & Baião - e das raízes afro-brasileiras do Tambolelê. No dia 3, apresentam-se Luciana Alves - com participação de José Miguel Wisnik - e o violista Fábio Tagliaferri, músico de formação erudita que abraçou a música popular brasileira.

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