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Ben Jor canta com sua musa Paula Lima

Hoje, no Tom Brasil, acontece o primeiro encontro dos dois em cena. Para ele, ela é uma diva; para ela, ele é um dos inventores do samba-rock, que ela canta

Por Agencia Estado
Atualização:

Jorge Ben Jor sentiu as pernas tremerem quando viu Paula Lima pela primeira vez, há três anos. Ela cantava em um bar de Pinheiros e não esperava que o ídolo aparecesse. Ben Jor a namorou de longe, esperou o show acabar, foi ao camarim e se declarou: "minha musa!" A fã que virou deusa e seu ídolo se cruzam, pela primeira vez em palcos paulistanos, em um show no Tom Brasil, hoje. A noite é parte do projeto Concertos MPBR, patrocinado pela BR Distribuidora. Os ingressos estão esgotados nas bilheterias da casa desde a tarde de ontem. Um dos prováveis motivos, além do comentado encontro, foi o preço único de R$ 20, independentemente de setores. Paula Lima e Ben Jor não devem estar lado a lado durante toda a apresentação. Mas o encontro, mesmo se ocorresse em uma única música, já valeria o ingresso. A cantora levantou vôo recentemente. É Isso Aí, seu primeiro disco-solo, teve produção primorosa de Max de Castro e arrebatou fãs no circuito alternativo da noite paulistana. Antes disso, ouviu muito Ben Jor, Sara Vaughan e Elza Soares antes de pisar em um palco. Começou ao lado da Banda Zomba, cantou com o rapper Thaíde, esteve ao lado de projetos idealizados por Skowa. Sua aparição mais celebrada foi ao lado do grupo Funk Como le Gusta, com o qual lançou, há pouco mais de um ano, o disco Roda de Funk. Paula não confirma que tenha saído do grupo, mas sua agenda não a tem permitido participar dos shows que a big band tem feito nos últimos meses. Tudo isso para lembrar que Paula Lima e Jorge Ben Jor, que teve recentemente seus importantes discos África Brasil e Samba Esquema Novo relançados por um projeto idealizado pelo titã Charles Gavin, se esbaldam com as águas da mesma fonte. O encontro de hoje, ao contrário de 99% das armações que rolam em projetos do gênero, não soará estranho. Apesar dos anos de distância em bagagem que o cantor mantém de Paula, são poucas as vezes em que músicos falam línguas tão parecidas em um evento marcado por uma empresa. Ben Jor não quer falar agora com a imprensa para não adiantar nada sobre o disco que está finalizando para lançar até dezembro. E não deve tocar no show nenhuma canção nova. Esta também não deverá ser uma cobrança do público. Pelo tempo em que não dá as caras na cidade, se tocar duas vezes Fio Maravilha e três País Tropical já terá garantido a noite. O cantor foi um dos idealizadores da principal escola de Paula Lima. O samba rock, do qual o próprio renega qualquer paternidade, teve a batida definida principalmente por seu violão. É um equivalente no gênero ao que é João Gilberto na bossa nova. Eletrificado, está mais próximo à black music de Paula Lima. Entrosados por natureza. Paula Lima e Jorge Ben Jor. Hoje, às 21h. Tom Brasil (Rua das Olimpíadas, 66. Tel.: 3845-2326)

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