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Belô Velloso lança coletânea acústica

Em belovelloso@custico, cantora reúne faixas de seus três primeiros CDs gravadas ao vivo em Salvador e São Paulo, acompanhada pelo violão de Felipe Eyer

Por Agencia Estado
Atualização:

A crítica foi publicada no início do ano passado pelo The New York Times: "Esta jovem cantora empresta sua voz cálida e ingênua para um pop imaculadamente gracioso; os arranjos são leves, enquanto Belô acaricia as melodias como se elas saíssem direto do coração." Os elogios dirigidos pelo prestigioso jornal norte-americano ao segundo disco de Belô Velloso, Um Segundo (lançado em 1997), estava incluído entre duas outras indicações, Tom Zé (Defeito de Fabricação) e o tio da moça, Caetano Veloso (Livro). Não é pouco. Mas, para ela, ainda é. Tanto que acaba de chegar às lojas seu quarto disco, belovelloso@custico (BMGV Music e Eldorado), gravado ao vivo durante shows realizados em 1998. O CD faz um apanhado de canções dos três primeiros trabalhos de Belô Velloso. Dez faixas compõem o disco - nenhuma inédita -, coletadas em apresentações em Salvador e São Paulo, trazendo Belô acompanhada apenas pelo violão de Felipe Eyer (também produtor musical e responsável pelos arranjos). "Quando a gravadora sugeriu fazer registros desses shows, achei ótimo, porque seria uma oportunidade de mostrar para o público canções gravadas ao vivo num formato diferente, sem retoques", diz a cantora. É um trabalho descompromissado, que traz à luz uma característica ainda pouco conhecida de Belô: a ligação com a música pop. O sintoma surge já na faixa de abertura, uma "releitura" de Hand in my Pocket, hit que estourou em todo o planeta na voz da americana Alanis Morrissete. "Meu lado pop não está na veia, mas na alma", diz Belô, com uma serenidade peculiarmente baiana. "Tenho uma ligação forte com a música americana; ouvi muito Janis Joplin, blues, rock-n´-roll." No caso de Alanis, Belô confessa uma adoração pelo estilo da jovem estrela pop. "Ela tem uma linha autobiográfica com a qual me identifico muito", analisa a cantora. "Considero ela a melhor artista da nossa geração, temos almas muito parecidas." MPB - Mas belovelloso@custico não é só pop. Ao contrário é MPB, e não poderia ser diferente. Belô nasceu e cresceu num dos principais núcleos criativos da música brasileira: Caetano, Bethânia (sua tia, também), Gil, Tom Zé, entre outros. Talvez por isso suas primeiras aparições em bares e palcos discretos de Salvador, aos 15 anos, sempre mostraram um repertório de gente grande. "Era abusada, cantava Chico (Buarque), Jobim, mas era minha formação, meu berço; sempre busquei influências desse lado MPB mais refinado", afirma Belô. O disco ao vivo é, como define a cantora, uma volta ao começo, a esses primeiros anos em Salvador. Do primeiro CD (Belô Velloso, de 1996) estão incluídas Toda Sexta-Feira (Adriana Calcanhoto) - primeiro sucesso a emplacar nas rádios -, Só Penso nela (Érika Nande), Canção sem seu Nome (Adriana Calcanhoto) e Você Vai Me Seguir (Chico Buarque/Ruy Guerra). Do segundo álbum estão as faixas Send Me some Lovin (John Marascaldo/Léo Prince), Acordar pra Você (primeira parceria de Belô com Caetano) e Menos Carnaval (Alvi L./Cris Braun). Completam o disco as canções Lágrima (Sebastião Nunes/ José Garcia/ José Gomes Filho) e Desde Que o Samba É Samba (Caetano Veloso). Belô virtual - O CD revela ainda outra paixão de Belô: o universo virtual. Da concepção gráfica do disco até a divulgação do trabalho, tudo é inspirado na Internet. "Tenho essa ligação forte até porque sou programadora de uma web rádio em Salvador" explica a cantora. "A partir da idéia do título, quis levar tudo para esse lado interativo." Há que ressaltar o fato de que belovelloso@custico não deve ser visto como o quarto CD da cantora - que será lançado pela gravadora Play Arte, da qual ainda é contratada. Ela mesma faz questão de esclarecer que se trata apenas de uma coletânea, sem grandes pretensões, feito com a intenção de mostrar uma Belô de forma pura, crua. Até por isso ela garante que não se vai importar com eventuais críticas. Na realidade, ela admite que nunca lê opiniões sobre seu trabalho. "Há muitos disparates nas críticas; em vez de definir erros e acertos da obra, deveriam analisá-la como mais um passo na carreira do artista", reclama a cantora. O disco acústico é uma espécie de aperitivo para o show que Belô vai trazer ao Teatro Crowne Plaza, em São Paulo, entre os dias 4 e 6. "Mas esse show não trará apenas voz e violão, terá mais cordas e percussão", antecipa. belovelloso@custico - CD ao vivo da cantora Belô Velloso. BMGV Music e Eldorado. Preço médio nas lojas: R$ 15,00.

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