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Becky G revela todos os seus lados em novo álbum

Cantora mostra cada um de seus pedacinhos nas músicas de ‘Esquemas’

Por Sigal Ratner-Arias
Atualização:

Becky G mostra cada um de seus pedacinhos nas músicas de seu novo álbum, Esquemas.

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“Eu posso sentir as partes de mim que se sentem empoderadas. Posso sentir as partes de mim que se sentem sexy. Posso sentir as partes de mim que se sentem fortes. Posso sentir as partes de mim que se sentem vulneráveis”, diz a estrela latina.

As 14 faixas de Esquemas, que sai sexta-feira, 20, trazem o hit Mamiii, com Karol G, além dos singles lançados anteriormente: No Mienten, Fulanito, com El Alfa, Baile Con Mi Ex e Ram Pam Pam, com Natti Natasha.

A cantora Becky Gno Billboard Music Awards 2022 Foto: Maria Alejandra Cardona / AFP

O álbum abre com a edificante Buen Dia e convida a dançar e se mexer com uma mistura de ritmos como pop, reggaeton, cumbia e hip-hop, em títulos como Tajin, Guapa, a sombria Kill Bill e a sensual Una Mas.

Suas letras promovem empoderamento feminino, autoconfiança e amor próprio. “Essa definitivamente era a intenção”, disse a cantora mexicana-americana em entrevista.

“Acho que durante a pandemia todos nós tivemos nossas próprias experiências pessoais”, disse ela. “Para mim, a pandemia me deu tempo para pensar nas coisas que eram mais importantes na vida. Não era vender ingressos ou saber quantos streams consegui com certa música (...). As coisas mais importantes são minha família, minha saúde, minha saúde mental. E aí consegui criar música só para criar música.

“‘Esquemas’ é literalmente um álbum sem gênero. Suas músicas se baseiam nas narrativas, emoções reais e verdadeiras e empoderamento, com certeza”.

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A cantora Becky G em apresentação no Billboard Music Awards 2022 Foto: AP Photo/Chris Pizzello

Becky G, cujo nome verdadeiro é Rebbeca Marie Gomez, também falou sobre Dolores, uma música tocante, inspirada em sua abuelita (avó), e como tem sido importante para ela honrar seus avós imigrantes, mantendo-se fiel às suas raízes e cantando em espanhol.

Você abre o álbum com a edificante ‘Buen Dia’, onde você canta que acordou querendo devorar o mundo e que não nasceu para perder. Fale um pouco sobre essa música.

Buen Dia foi intencionalmente colocada na primeira faixa do álbum porque ela é um lembrete para mim mesma nos meus dias ruins: nunca é tarde demais para ter um bom dia, um dia na terra é um sucesso por si só e a vida é bela! Você sabe, é uma afirmação. Tem um verso em que eu digo: “Hice un pacto con la mujer del espejo / si yo estoy bien, ella esta bien” [fiz um pacto com a mulher no espelho / se eu estou bem, ela está bem]. Essa conexão que você tem consigo mesma é muito importante. E se cuidar e se aceitar por quem você é mais importante ainda. É isso que adoro em Buen Dia. Quando sair em turnê e ficar cansada e tiver um dia (palavrão), vou cantar essa música e ficar tipo, “Ouça a si mesma, Rebbeca!”.

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O álbum fecha com o hit ‘Mamiii’, que teve enorme sucesso nas paradas globais com mais de 350 milhões de streams em todo o mundo. Como surgiu essa colaboração com Karol G?

Já tinha convidado a Karol para fazer parte de várias músicas e nunca deu certo, não porque não quiséssemos trabalhar juntas, mas por causa do timing ou porque não era a música certa. O acaso de tudo isso foi que eu não estava procurando - como minha avó diz, “Se Deus quer, vai acontecer”. E aconteceu. O (produtor) Ovy mandou a música para mim durante as férias. Adorei o refrão, adorei o estilo de produção que ele estava adotando e disse a ele: “Quero adicionar mais elementos regionais mexicanos, mais guitarra e um pouco de grito no começo” porque, você sabe, é uma música que me lembra a sensação que minha mãe tinha quando ouvia artistas como Ana Gabriel ou Jenni Rivera, músicas em que você basicamente grita porque é muito bom e muito catártico. Então ‘Mamiii’ estava pronta, e acho que Ovy tocou para Karol e ela me ligou no FaceTime dizendo: “É isso, é essa!”. E eu fiquei tipo “É isso, senhoras e senhores, é esta!”. Tenho muita gratidão.

Você tem uma música chamada ‘Dolores’ na qual você tenta consolar e animar uma mulher que está chorando. Quem é Dolores?

Dolores é uma música que eu literalmente dedicaria ao meu eu mais jovem, às minhas abuelitas, à minha mãe, à minha irmãzinha, a qualquer mulher na minha vida que já se sentiu invisível ou incompreendida. Dolores é como se você arrancasse algumas páginas do meu diário, e eu acho que é isso que é muito especial em ‘Esquemas’: em cada música eu consigo ouvir a mim mesma. Dolores é uma música vulnerável. Eu me inspirei especificamente na minha avó, que não se chama Dolores, aliás, seu nome verdadeiro é Guadalupe, mas meus tios a chamam de Dolores de brincadeira porque “Ay, Guadalupe, todo te duele” (Oh, Guadalupe, tudo dói em você). Acho que é uma música muito especial.

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Você é totalmente bilíngue e, embora cante principalmente em espanhol, também gravou músicas em inglês. Onde você se sente mais confortável?

Sabe, eu me sinto confortável em espanglês. Posso fazer entrevistas em espanhol e inglês, mas, de todo jeito, sempre acabo falando espanglês. Faz parte de quem eu sou e de como eu cresci. Meus abuelitos só falam espanhol, então aprendi espanhol ao mesmo tempo que aprendi inglês. Mas acho que realmente me sinto mais confiante em me expressar através da música em espanhol. Eu me encontrei no meu som e na minha música em espanhol, e acho que dá para sentir isso, porque eu era muito jovem quando fui contratada - eu tinha 14 anos e hoje tenho 25.

Eu só comecei a cantar em inglês porque foi o que aconteceu, mas sempre tive orgulho de ser latina, mexicana-americana. Você sabe, meus abuelitos vieram de Jalisco, México, com a roupa do corpo e nem um centavo no bolso. Se não fosse pelo sacrifício deles eu não estaria onde estou hoje. Então me dá muito orgulho poder cantar música completamente em espanhol, porque eu sou latina e porque eu posso olhar para meus abuelitos e dizer: “Si valio la pena”. Valeu a pena! / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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