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Beatles foram os mais importantes do showbiz em 2001

Quarteto de Liverpool resiste na memória através das ótimas vendagens da coletânea de hits 1 e bons trabalhos de Paul McCartney. Já há planos de livros e novas coletâneas para 2002.

Por Agencia Estado
Atualização:

Britney Spears e o ´N Sync continuaram fazendo sucesso em 2001, mas os Beatles foram a banda mais importante do showbiz este ano. Impulsionados pelas vendas da coletânea 1, o grupo de Liverpool ficou no terceiro lugar da lista das celebridades mais poderosas da revista Forbes (atrás apenas de Tom Cruise e Tiger Woods), Paul McCartney capitalizou em cima da obra do Wings e John Lennon voltou a ser inspiração para os americanos depois dos atentados terroristas de 11 de setembro. Ao que tudo indica, 2002 vai continuar sendo uma boa fase para a banda, apesar da morte de George Harrison, em 29 de novembro. Logo no início do ano, os Beatles provavam que ainda eram um fenômeno no mercado fonográfico mundial. O álbum 1, uma compilação com 27 músicas que chegaram ao primeiro lugar das paradas dos Estados Unidos ou da Inglaterra, foi parar no topo da lista dos mais vendidos, com 215 mil unidades voando das prateleiras em uma semana. Em pouco mais de um mês, 5,8 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos. No mundo inteiro, o CD teve 20 milhões de unidades vendidas no período de apenas nove semanas. Depois do sucesso de 1, é claro, mais um disco de hits dos Beatles estava sendo considerado pelos integrantes da banda, pelo menos enquanto Harrison ainda estava vivo. A informação foi divulgada pelo baterista Ringo Starr em entrevista para o programa Access Hollywood, da emissora americana NBC. Segundo ele, um encontro com Harrison e Paul McCartney estava marcado para eles discutirem a produção de 2. O clima emocional que cercou os dias finais do guitarrista pode atrasar o projeto, mas a reação dos fãs é um bom sinal de que ainda há grande apetite pelos Beatles. Bilionário - Quem mais capitalizou com a nova onda de sucesso do grupo foi McCartney, que virou o primeiro bilionário do show business britânico. O músico de 58 anos ficou no topo da lista dos artistas mais ricos da Grã-Bretanha, publicada pelo jornal Sunday Times. A fortuna dele está avaliada em US$ 1,02 bilhão. Ele também herdou US$ 197,6 milhões da fortuna pessoal de sua mulher, Linda McCartney, que morreu de câncer no seio. Para homenagear Linda e ganhar mais alguns trocados, ele anunciou que vai também lançar um livro sobre a história do Wings (Wingspan, o disco, estreou no segundo lugar da parada dos Estados Unidos e se tornou seu álbum mais bem-sucedido da fase pós-Beatles, enquanto o documentário de mesmo nome foi acompanhado por 15 milhões de pessoas na TV americana). O volume deve trazer fotos inéditas de Linda feitas nos bastidores dos shows da banda, formada logo depois da dissolução dos Beatles. O músico também ganhou dois tributos: Listen to What the Man Said: Popular Artists Pay Tribute to the Music of Paul McCartney, com participações de nomes como Barenaked Ladies (Junk), They Might Be Giants (Ram On) e Matthew Sweet (Every Night), e Coming Up: Independent Artists Pay Tribute to the Music of Paul McCartney, com nomes obscuros do mercado independente, como Starbelly (Let ´Em In), Jellybricks (Take It Away) e Mark Bacino (Every Night). O novo álbum de estúdio dele, Driving Rain, também foi bem-recebido, apesar de não ter se tornado best-seller instantâneo. Ao contrário do contemporâneo Mick Jagger (cujo disco Goddess in the Doorway foi detonado pela crítica e teve vendas fraquíssimas), ele conseguiu fazer um trabalho de produções frescas, com uma sonoridade cheia de identidade. McCartney ainda virou o ídolo dos bombeiros ao organizar o Concert For New York City, no Madison Square Garden, em outubro, uma espécie de catarse coletiva que teve aparições de Hillary Clinton, o prefeito Rudolph Giuliani, além de David Bowie, Mick Jagger e Bon Jovi. Lennon, por sua vez, ganhou sua maior homenagem dos últimos tempos, um tributo no Radio City Music Hall que ganhou uma boa dose extra de emoção depois dos atentados terroristas. Nomes como Lou Reed, Alanis Morissette, Moby e Cyndi Lauper participaram do show Come Together: A Night for John Lennon´s Words and Music, que teve vários momentos brilhantes e uma boa mistura de talentos jovens com músicos consagrados. Imagine, é claro, virou um dos hinos do fim do ano e apareceu em várias coletâneas patrióticas. O músico também ganhou sua maior exposição de todos os tempos na sede do Rock and Roll Hall of Fame, em Cleveland. A mostra, batizada de John Lennon: His Art and Work, conta toda a trajetória do astro com objetos, manuscritos e roupas cedidas por Yoko Ono e uma série de colecionadores. No ano que vem, além dos projetos relacionados aos Beatles e de mais homenagens a Lennon, McCartney deve fazer uma turnê promocional para Driving Rain e também vai ter sua vida vasculhada por Andrew Morton, que acaba de lançar uma biografia não-autorizada de Madonna (Madonna). O músico, aparentemente, não está preocupado, porque sua vida era "um livro aberto" na época dos Beatles. O único problema seria o passado de sua atual namorada, a ex-modelo Heather Mills, que teve um casamento e conseqüente divórcio problemáticos, nos quais o autor deve "fuçar" bastante. É esperar para ver.

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