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Batuque na cozinha

É da família de Martinho que saem artistas dos mais promissores

Por Roberta Pennafort - O Estado de S. Paulo
Atualização:

RIO - Na estreia do show de Mart’nália, quinta-feira, uma mesa cheia atraía os olhares dos mais atentos: no ponto mais privilegiado do Teatro Rival, Martinho da Vila acompanhava a filha fixamente. Estava sentado ao centro, cercado por outros três filhos e por copos de cerveja. Era mais do que uma cena de família: seus aplausos iam também para uma companheira de trabalho.

 

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O clã dos Ferreira acumula vários projetos juntos. O patriarca dirige, pela primeira vez, o show de Mart’nália. Ao mesmo tempo, lança o CD e o DVD Lambendo a Cria (MZA Music), que reúne ela e os quatro irmãos cantores, Analimar, Tunico, Juliana e Maíra. Esta última, pianista clássica de 24 anos, está também com CD nas lojas - é sua estreia como cantora. E quem a produz? Mart’nália. Por sua vez, Martinho Filho, outra cria, é o coordenador de produção da Biscoito Fino, por onde saiu o CD de Maíra.

 

"Estão todos juntos o tempo todo. O pai é fantástico. A gente se comunica com ele por telepatia, por música, por sonho", diz Mart’nália, que hoje e na semana depois da Páscoa estará no Rival relembrando o repertório do CD Minha Cara, de 15 anos atrás, o segundo da carreira. Na época, ela conta, ainda preferia ficar "só no tamborinzinho."

 

Muito antes de público, crítica e colegas colocarem Mart’nália como a cantora brasileira dos dias de hoje - quando ela era backing do pai, como Juliana e Analimar, e tocava percussão -, Martinho via além: "Sabia que Tinália era uma estrela. Agora, dirigindo, faço como técnico de futebol: não ensino a jogar bola, vejo o que ela tem de melhor. A gente acerta tudo em duas palavras."

 

Eles deram entrevista dois dias antes da estreia, em meio aos ensaios do show, no estúdio Floresta. Pouco antes, em ação como diretor, Martinho indicava o momento do bis: "Você sai um pouquinho, faz um tipo e volta." E Mart’nália: "Já é!"

Além de metade do nome (Mart é de Martinho e Nália de Anália, sua mãe; Analimar é o inverso), ela herdou o jeito manso do pai, embora seja elétrica. Carrega também a abordagem carinhosa, o semblante aberto - marca de toda a prole, como se vê em Lambendo a Cria.

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O DVD tem um momento roda de samba, bem descontraído. O repertório tem regravações e inéditas. Martinho o dedica a Ovídio Brito, seu percussionista, que gravou o DVD e pouco tempo depois morreu num acidente de carro, há cinco meses. Foi também a ele que Mart’nália ofereceu o show de quinta.

 

A árvore genealógica dos Ferreira, esquematizada, para quem quiser entender essa família bem brasileira, no site www.martinhodavila.com.br, tem ainda os caçulas Preto e Alegria, sétimo e oitavo galhos. São quatro mães diferentes, mas a convergência é sempre para a figura paterna, como mostra a capa do DVD: Martinho no colo das crias, coberto por sorrisos e por carinhos.

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