Barbra Streisand apresenta remixes do passado em ‘Release Me 2’

A atriz e cantora de 79 anos fala a respeito do novo álbum e da vida durante a pandemia

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Por Glena Gamboa
Atualização:
Barbra Streisand apresenta remixes do passado em 'Release Me 2'. Foto: REUTERS/Mario Anzuoni

Barbra Streisand gosta que tudo seja feito do jeito certo.

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Por mais impressionante que seja sua premiada carreira de estrela como atriz e cantora, o sucesso dela como diretora e produtora foi revolucionário. Até Chloe Zhao ganhar o prêmio de melhor direção no Globo de Ouro deste ano pelo filme Nomadland, Barbra era a única mulher a ter recebido o prêmio, feito realizado em 1983 com Yentl.

Durante a pandemia, Barbra, como muitos de nós, viu-se subitamente com algum tempo disponível para novos projetos - entre eles as configurações do seu iPhone.

“Meu nome sempre aparece como ‘Barbara’, com três As”, disse ela. “O nome do aparelho é smartphone! Como é possível que não entenda nem mesmo o meu nome?”

Depois do famoso episódio em que telefonou para o diretor executivo da Apple, Tim Cook, para pedir a ele que corrigisse a pronúncia do sobrenome dela por parte da assistente Siri - sem o som de Z - Barbra aprendeu a desligar o corretor automático com alguma ajuda de sua assistente.

Enfrentar algumas músicas do passado nunca antes lançadas exigiu mais trabalho, mas os fãs podem ouvir o resultado no novo álbum dela, Release Me 2, lançado na sexta-feira.

A reportagem conversou com Barbra, 79 anos, a respeito do novo álbum e da vida durante a pandemia. A entrevista foi editada.

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'Be Aware' parece ter sido composta no ano passado. Soa como um conselho para ajudar as pessoas a suportar a pandemia.

Naquela época (1971) eu estava falando da Guerra do Vietnã. Era o que eu tinha na cabeça. E a fome sempre foi um problema no mundo. Muitas dessas coisas continuam a ser um problema - as crianças sem-teto. O mundo melhorou muito, mas muitas coisas permaneceram iguais. E, durante a mixagem, foi incrível pensar no quanto a canção é relevante para o mundo de hoje.

A tecnologia atual de produção melhorou 'Once You’ve Been in Love', gravada em uma única tomada nos anos 70.

Eu queria cantar no meio de uma orquestra - sentir a experiência de realmente estar ali. É claro que eles esqueceram de instalar algum isolamento atrás de mim e, por isso, a edição ficou impossível. Não podíamos mexer nos elementos individuais da orquestra. Mas, para mim, a parte divertida foi a condução da orquestra. Quando estava trabalhando com meu engenheiro de som, Jochem van der Saag, usando o iPad durante a covid, era muito divertido contar com um editor que poderia adicionar congas, marimbas ou algo do tipo.

Achei surpreendente o remix dele do novo single, 'Sweet Forgiveness', para o rádio.

É a versão com a batida.

Sim.

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O que achou?

Gostei. Prefiro a versão original. Perde-se um pouco da dramaticidade ao apostar em algo mais contemporâneo, mas funciona para o rádio de hoje.

Certo. Não sei o que pensar desse tipo de coisa. Quero dizer, a gravadora gostou da ideia e quis que eu fizesse, afinal. Eu topei, mas prefiro o arranjo original.

Gosta da ideia de tentar algo novo e ver o resultado?

Sim. Mas, no momento, não é meu foco principal. Estou trabalhando em um livro - mantenho diários manuscritos desde 1999, pois nunca aprendi a digitar e hoje me arrependo de não saber fazer isso.

Passou a maior parte da pandemia trabalhando no livro?

Assinei um contrato com uma editora em 2014 e deveria ter entregue o livro dois anos depois (risos). Estou muito atrasada e o livro tem atualmente 824 páginas, e não está terminado. Procuro qualquer coisa para fazer que não seja escrever a respeito da minha vida. Tenho a sensação de já ter feito isso demais. Mas, durante a pandemia, avancei bastante.

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Como é o seu processo?

Acordo de manhã. Meu marido (James Brolin) e eu às vezes negociamos ações e então trabalho no meu livro. Nunca tive que me arrumar para ninguém. Foi delicioso caminhar pelo meu jardim e mudar algumas coisas de posição. Mas, basicamente, meu tempo foi dedicado ao livro.

Está pronta para retornar ao mundo agora?

Na verdade, não. Gosto da privacidade. E veja só, temos uma nova onda porque há pessoas que não querem se vacinar. Não faz nenhum sentido. Fico muito triste por todos que morreram desnecessariamente nos dois anos mais recentes. É uma coisa horrível. Temos que ter fé na bondade, na gentileza e na compaixão, e fazer a coisa certa.

Tradução de Augusto Calil

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