Balaio das Chicas tem funk e muita coisa de família

Duas filhas de Gonzaguinha estão no quarteto carioca que lança CD de estréia

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

"Quem vai comprar nosso barulho?", provoca o grupo Chicas no título de seu CD de estréia, gravado de forma independente. O quarteto com Paula Leal, Amora Pêra, Fernanda Gonzaga e Isadora Medella, se formou na década de 90 e passou quatro anos separado, volta agora querendo achar seu público e rejeitando rótulos. Nesta busca, regravaram músicas de Gonzaguinha, pai de Amora e de Fernanda, e de autores como Marcelo Yuka, Lenine e Arnaldo Antunes, além de mostrarem composições próprias. Amora conta que as escolhas se basearam nos gostos de cada uma e também no que faz sucesso nos seus shows. Foi com apresentações no Rio, aliás, que as Chicas surgiram. "A gente se conheceu fazendo teatro e passou à música por acaso, em 1996", relembra. "Para o CD, selecionamos as que mais gostávamos e também as preferências do público dos shows." De Gonzaguinha, foram trazidas Felicidade, Geraldinos e Arquibaldos e Namorar. Filha de Sandra Pêra (a irmã cantora de Marília Pêra, que era da antiga formação das Frenéticas), Amora tinha 10 anos quando o pai morreu, em 1991; Fernanda tinha 13. "Convivi muito com ele, em casa, ensaiando, compondo. Mais velha, pude ouvir e avaliar melhor sua música, que me influenciou", diz Amora. Com o avô, Luiz Gonzaga, ela teve menos contato. "Lembro dele velhinho. É uma obra que também me influencia." Produzido pelas cantoras e por Igor Eça - filho do pianista Luizinho Eça, do Tamba Trio -, o CD tem cinco composições das meninas: Você, Tica Chica (ambas das quatro), Ter Que esperar (Paula), Oração (Paula/ Amora) e O Que não Sou (Isadora). Com novos arranjos, Paciência (Lenine/Dudu Falcão), Me Deixa (Marcelo Yuka), Volte para o Seu Lar (Arnaldo Antunes) e Alô, Liberdade (Bacalov/Barsotti/Chico Buarque), esta da trilha dos Saltimbancos, ganharam a marca das Chicas. E tem ainda o Rap do Silva (Mc Bob Rum), aquele que diz: "Era só mais um Silva/que a estrela não brilha/ele era funkeiro/mas era pai de família." O clássico funk faz parte do balaio de hits. Dez anos depois de se juntarem, essas cariocas, entre 25 e 31 anos, se vêem mais maduras. "A gente era muito novinha, queria muita coisa ao mesmo tempo", diz Paula, lembrando as razões da separação. O conjunto voltou a se apresentar em 2003, mas o CD só veio três anos depois. "Aprendemos a nos respeitar. É um casamento; já é difícil a dois, imagina com quatro mulheres!", brinca.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.