Depois de muitas incertezas e boatos, finalmente é lançado o disco que conta com três remanescentes da banda norte-americana Rage Against The Machine (RATM) e o ex-vocalista do grupo de Seattle Soundgarden. O supergrupo, como vem sendo chamado pela imprensa mundial, é o Audioslave. O disco, que será lançado por aqui na semana que vem, foi produzido por Rick Rubin, que já trabalhou com Johnny Cash, Red Hot Chili Peppers e Beastie Boys. Quando o vocalista do RATM, Zack de la Rocha, deixou a banda em 2000, os fãs sabiam que o talento do guitarrista Tom Morello, do baixista Tim Commerford e o baterista Brad Wilk não ficaria vagando por muito tempo. Ao mesmo tempo, como acontece com a maioria das bandas que perde seu principal membro, neste caso também o letrista, o futuro dos três era uma incógnita. Felizmente, eles encontraram na voz de Chris Cornell, uma das mais potentes da era grunge, o timbre ideal para suportar o peso característico do RATM, e ao mesmo tempo incorporar um tom mais melancólico. O disco homônimo vai agradar aos órfãos dos dois grupos, em especial aos fãs do Soundgarden. Por mais que a guitarra de Tom Morello continue sendo inconfundível, é a voz de Cornell que acaba imperando. O que não é um problema. O grupo teve uma preocupação, pelo menos na escolha do primeiro single, Cochise. Aqui, como em nenhuma outra faixa do disco, o casamento do som pesado do RATM com a voz de Cornell é perfeito. Outras músicas como Exploder e What You Are também têm como principal característica o som do RATM. Mas o RATM não era apenas Morello e De la Rocha, o baixo marcante de Commerford também era destaque. Com o Audioslave não foi diferente, escute Shadow On The Sun e confira as peripécias do baixista. Chris Cornell, ao lado de Eddie Vader, do Pearl Jam, e Kurt Cobain, do Nirvana, foi uma das vozes do movimento grunge que mexeu com o mercado fonográfico no início dos anos 90. Com o Soundgarden, ele vendeu mais de 8 milhões de discos e criou grandes canções como Outshined e Black Hole Sun. Seu disco solo, Euphoria Morning (99), não conseguiu encantar aos fãs de seu antigo grupo. Mas o Audioslave fala direto aos fãs do cantor. Cornell trouxe um discurso menos político que o RATM e algumas canções mais calmas. É o caso de Getaway Car, I Am The Highway e The Last Remaining Light. Outra boa canção é Gasoline, que traz uma distorção de guitarra muito parecida com a usada pelo grupo inglês Bush. Mesmo não gostando do rótulo de supergrupo, Audioslave tem méritos para ser chamado assim. Não é todo dia que um ?novo? grupo aparece no mercado com um som tão conciso e um vocal à altura. Vale lembrar que Limp Bizkit, Puddle of Mudd e Nickelback são as bandas de rock que dominam as paradas hoje em dia. Ouvir Audioslave pode ser um bom remédio para essa epidemia que invadiu as rádios de rock.