Artistas paraenses se apresentam no Auditório do Ibirapuera

O espetáculo Terruá Pará vai mostrar batidas eletrônicas misturadas ao tecno do Pará e com o toque de raiz do carimbó

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Por Agencia Estado
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O música paraense vai muito além da Banda Calypso. E isso é o que poderá ser conferido amanhã, sábado e domingo, no Auditório Ibirapuera. Mais de 60 artistas, vindos de diversas regiões do Pará, vão se apresentar no espetáculo Terruá Pará, mostrando de batidas eletrônicas misturadas ao tecno do Pará ao toque de raiz do carimbó, passando pela guitarrada consagrada pelos mestres Curica, Vieira e Aldo Sena. O nome terruá foi aportuguesado do francês terroir, que tem como significado um produto que só pode ser fabricado em uma determinada região do planeta por causa do clima específico e referências culturais próprias. E é dentro desse vagão que a música paraense chega a todo vapor. Gabi Amarantes, vocalista da Banda Tecno Show, explica que a palavra brega tem uma acepção totalmente diferente para os paraenses. "Chamamos de brega a música que o Calypso produz, por exemplo. Não tem esse sentido figurado de cafona. E é aí justamente que começa a confusão quando apresentamos o nosso estilo musical no Sudeste." Dos significados que o dicionário de português provê para a palavra brega, a que mais se aproxima do estilo da música da Banda Tecno Show é ´acaipirado´ ou aquilo que vem do interior e é sujeito a discriminação. "O preconceito com o tecnobrega e o tecno do Pará existe porque ele nasceu nos guetos, é um dos ritmos mais populares", explica. O mesmo show, com mais de 60 artistas, será mostrado nos três dias. A guitarra de Pio Lobato, o baixo de MG Calibre, a percussão do Trio Manari, o solo de rabeca, teclados, violino e bandolim de Luiz Pardal e as arranhadas firmes do banjo e da guitarra do trio que compõe os Mestres da Guitarrada farão a base para todos os cantores. "O Terruá Pará vai mostrar tudo o que é bom no Pará, abrir espaço para novos e talentosos músicos", afirma Mestre Curica, bem menos conhecido nas redondezas paraenses como Raimundo Leão Ferreira Filho, de 57 anos e 47 de carreira. Curica, que ao lado de Verequete, gravou em vinil, pela primeira vez em 1971, o carimbó, sente-se honrado por ter sido incluído ao time de mestres da guitarrada, estilo criado por Vieira. "É um prazer e ao mesmo tempo um aprendizado um carimboleiro como eu tocar junto com esses mestres", diz, referindo-se também a Aldo Sena. O intercâmbio entre os artistas brasileiros é constante, garante Gabi e Curica. "Vira-e-mexe um dos mestres vem me procurar para dizer que compôs uma música nova e quer ver como fica com as batidas eletrônicas", conta a vocalista. "Tenho 1.017 músicas inéditas que ainda não foram gravadas. Componho cerca de 3 canções por dia", observa Curica. A iniciativa do Terruá Pará é do governo paraense. Terruá Pará. Auditório Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/n.º, portão 2, Pq. do Ibirapuera, 5908-4299. De 6.ª (17) a dom., 20h30. R$ 30.

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