PUBLICIDADE

Artistas da MPB homenageiam Tom Jobim no Sesc Pompéia

Com uma orquestra experimental, Elza Soares, Danilo Caimmy, Rosa Passos, Thalma de Freitas e Max de Castro interpretam a bossa nova de Jobim

Por Agencia Estado
Atualização:

Transportar a obra bossa-novista de Tom Jobim com elenco definido e liberdade de interpretação. Essa foi a proposta enviada pelo Sesc Pompéia ao músico André Marques, após ter participado de duas edições do especial Prata da Casa. O resultado poderá ser visto neste final de semana, neste sábado e domingo na casa, com treze músicos e cinco intérpretes renomados da MPB: Elza Soares, Danilo Caimmy, Rosa Passos, Thalma de Freitas e Max de Castro. Para Marques, não tinha como recusar: ?Aceitei na hora?. O show faz parte do projeto Obra Viva, que resgata repertório de grandes nomes da música e já homenageou Cazuza, Maysa, Radamés Gnattali e Baden Powell. Para montar o repertório, Marques partiu da avaliação do elenco. ?Fui ouvindo os trabalhos dos cantores que iriam participar, para ver as músicas que casariam com o estilo ou a voz dos intérpretes?, conta. Mas o que poderia parecer simples, se tornou sinônimo de muita dedicação do músico, ?durante duas semanas?. ?Foi um dos maiores desafios da minha vida?, declara. Pupilo do multiinstrumentista, Hermeto Paschoal, Marques é idealizador de uma orquestra que esbanja criatividade, a Vintena Brasileira. E, para ele, foi difícil mexer na bossa-nova de Jobim colocando o seu experimentalismo musical, que aprendeu com Paschoal. ?Não fui eu que fui atrás da música de Jobim. Coloquei o repertório dele com a nossa base?, diz, em tom ousado. Marques trouxe boa parte da Vintena para o show: de doze músicos, apenas três não fazem parte da orquestra. Além de um músico da cantora Rosa Passos, que não pôde participar dos ensaios, outros dois fazem participação especial. O sax soprano e flautista Marcelo Pereira, integrante do Vintena Brasileira, diz não ter como dimensionar o que representa essa experiência. ?É bom demais tocar com cantores como esses, que eu via na televisão, e que agora estão cantando comigo?, afirma Pereira. ?Estou decorando o máximo que posso para poder observá-los melhor na hora do show?, brinca. Assim, canções como Água de Beber, Só Danço Samba e Wave receberam arranjos inéditos sob a batuta de Marques. Morro não tem Vez, por exemplo, é um dos pontos altos das apresentações, onde Max de Castro será acompanhado por uma boa dose de percussão, que surgirá do meio da platéia. Thalma de Freitas e Danilo Caimmy mostrarão forte sintonia e doses dramáticas em Gabriela. Esta canção, aliás, o diretor musical assume: ?Mudamos pouco, porque não tinha muito como mudar?. Elza Soares canta, escudada apenas por violão, uma das mais belas canções de Jobim, Desafinado. No total, serão aproximadamente 15 músicas do mestre da bossa-nova, dividido pelos intérpretes - 2 a 3 canções para cada. Ao final, Chega de Saudade encerra o show, que tem ares clássicos, mas é marcado por doses pontuais de ousadia. Obra Viva - Tom Jobim. Sesc Pompéia - Teatro. Rua Clélia, 93. Sábado às 21h e domingo às 18h. Ingressos: de R$ 8 a R$ 20. Informações: 3871-7700.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.