Arnaldo Antunes faz show de "Paradeiro"

Ex-titã leva ao palco do Sesc Vila Mariana, em SP, seu novo álbum, que une a sonoridade paulistana com os tambores do Candeal de Carlinhos Brown

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Se o leitor cruzar com Arnaldo Antunes por aí e quiser se aproximar de maneira amistosa, fazer aquela média, pergunte tudo menos o que o levou a sair dos Titãs. A indagação, rainha dos clichês que o persegue desde que decidiu-se por carreira-solo, bate e volta com uma carga de fúria assustadora. "É a pergunta típica de quem não tem outra coisa a dizer", disparou contra o repórter aqui, que caiu na besteira há uns três anos. Na época, o compositor estava lançando o disco Um Som. E as considerações na imprensa eram unânimes. "O álbum mais pop de Antunes", achavam todos. Pois não é que o músico, sempre perturbado com a falta de originalidade de seus críticos, voltou a ouvir as mesmas coisas há uns quatro meses. Foi Paradeiro chegar às lojas e os comentários começaram a ser reproduzidos. "Antunes lança seu álbum mais pop." Inclassificável - Arnaldo adora. Tudo o que se esforça para ser mesmo é um artista das massas. E não esconde isso de ninguém. Diz que "música cabeça" é outra invenção de jornalista sem assunto que tenta classificar seu trabalho. E tem como principal argumento para a derrubada dos que o acham difícil os shows. "Meu público não me acha nem um pouco difícil. Sinto isso no palco", fala em suas entrevistas. A prova de fogo do nível de popularidade de seu Paradeiro fora dos estúdios está marcada para esta semana, no Sesc Vila Mariana. Amanhã e depois, às 21 h, e domingo, às 18 h, ele volta com um disco inédito depois de longa temporada de shows pelo Brasil com seu álbum anterior. Paradeiro, produzido por Carlinhos Brown e Alê Siqueira, tem o fato novo de congregar sua sonoridade paulistana (que tem como essência a ausência de padrões rítmicos ou harmônicos) a levadas e interferências sempre sutis dos tambores baianos. O álbum foi todo gravado em um estúdio no bairro do Candeal, em Salvador, e traz 14 músicas. É uma volta amparada fortemente na canção. E belas canções, como a faixa título dividida com Marisa Monte, Se Tudo Pode Acontecer, Debaixo D´água, Do Vento e uma versão de Exagerado, de Cazuza, Ezequiel Neves e Leoni. Um peso maior, com resquícios do que sobrou do Arnaldo roqueiro, fica mais para Atenção e o reggae Na Massa, feito com Davi Moraes. Arnaldo Antunes. Amanhã e sábado, às 21 h. Domingo, às 18 h. Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas 141. Tel. 5080-3000) Ingresso: R$ 20.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.