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Arcade Fire é o show mais inteligente, dançável e inquestionável do Lollapalooza

Um show de conceito como há muito não se via, uma canção parecia grudada na outra, embora compostas em épocas diferentes

Por Jotabê Medeiros
Atualização:

Logo após o surgimento no telão imagens de um garoto africano dançando e cenas do filme brasileiro Orfeu Negro, com sons de kuduro e samba de fundo, um homem coberto de espelhos surgiu no meio do público e pareceu que tinham desatado mil nós e aberto milhares de porteiras: a festa do Arcade Fire tinha começado.

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Ao som de Reflektor, o grupo canadense confirmou o que se esperava: fez o show mais robusto, inteligente, dançável e inquestionável do festival. Um show de conceito como há muito não se via, uma canção parecia grudada na outra, embora compostas em épocas diferentes. Logo após Reflektor, emendaram Flashbulb Eyes, e a percussão mesclada à eletrônica e à instrumentação vintage, tudo ao mesmo tempo, criaram o clima definitivo. As duas são de seu disco mais recente, Reflektor. Logo em seguida, entram duas canções mais antigas, Neighborhood e Rebellion (Lies). Tudo flui perfeitamente.

Win Butler tornou-se um frontman robusto, de voz marcante e poderosa ao mesmo tempo, e sua parceria com Régine Chassagne (sua mulher, vocalista, tecladista, baterista e o que mais vier em cena) é simbiótica. Tudo é encaixado perfeitamente, e mesmo que alguém não goste do som, deve admitir sua simetria perfeita. Butler entrou com uma máscara e uma roupa de caveiras, que parece ter se materializado a partir das cenas alegóricas de Orfeu Negro, como de resto todo o cenário e a performance. Brilhante, para dizer o mínimo. Nenhum show no festival chegou tão longe.

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