Apollo Nove inicia turnê com show no Auditório Ibirapuera

Começa sexta-feira turnê do produtor inspirada no disco "Res Inexplicata Volans", com uma sonoridade completamente diferente, uma banda eclética e sem convidados

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Por Agencia Estado
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Sabe toda aquela complexidade sonora ouvida em "Res Inexplicata Volans", primeiro disco do produtor Apollo Nove? Esqueça-a na caixinha de seu CD quando for assistir à turnê dele, que estréia nesta sexta-feira no Auditório Ibirapuera e lá fica até domingo. Já na época do lançamento de seu álbum o produtor não escondia que esse projeto estava relacionado a um determinado momento de sua vida. Foi iniciado em 2003 e finalizado não faz muito tempo. Nesse período, as coisas haviam mudado. Ele se encheu de eletrônica, elemento proeminente naquele trabalho. E seu show não deixa de ser um reflexo direto disso. "Levei três anos gravando o disco, usei mais de 30 músicos. Aparecem também muitos teclados, samples: são coisas que não gosto de usar no palco. Não gosto de levar computador para o palco", conta. Para ele, computador é uma tentação: com ele, é possível gravar teclados e simplesmente reproduzi-los no show. "Aí estaria fazendo playback." Quer um show mais orgânico, mas na dosagem certa. Mas não é só isso. Algumas canções do disco foram gravadas com tamanha espontaneidade, que os tempos de duração delas ficaram absurdos. "Ensaboar Você (Soap You)" é um desses casos. Foi gravada durante uma descontraída jam session, ao lado de Seu Jorge e Céu. Para ele, transpor essa graça do disco para um show ensaiado soaria forçado demais. "Então, se não dá para fazer igual ao CD, vai ser completamente diferente", sentencia. "Estou numa fase mais divertida." E já avisa: vai ser barulheira pura. Seus companheiros nessa fuzarca sonora já foram escalados. A banda, que reúne músicos das mais diversas escolas, vem formada por: Iggor Cavalera, DJ Zegon, Thalma de Freitas, João Parahyba, Marinho e, claro, o próprio Apollo. Um a um, o produtor explica suas escolhas. O ?brother? Zegon, companheiro de Planet Hemp, foi o homem que já havia levado para aquele grupo elementos do hip-hop com samba. "Isso influenciou muito a gente." Thalma, segundo ele é divertidíssima e versátil. E Iggor chega para arrebentar. Apollo está orgulhoso dessa formação e da capacidade de reinvenção de cada um deles. "São músicos que já fizeram de tudo na carreira." Isso lhes dá passe livre para o imprevisível: não se surpreenda se Iggor se revelar numa versão mais light ou se João Parahyba aparecer com uma pegada mais pesada. A banda se restringe a eles. Apollo Nove não quis reproduzir no palco a constelação de convidados especiais que percorreu seu "Res Inexplicata Volans". Confessa que chegou a cogitar Seu Jorge e Cibelle (com quem mantém uma dependência artística) em seu show, mas logo desistiu da idéia diante da agenda incompatível dos amigos. Para ele, a decisão lhe pareceu a melhor. "Senão ia ficar parecendo um show de calouros", brinca Do disco, portanto, ele leva para o palco apenas a espontaneidade e alguma leveza. E, claro, parte do repertório. Parte, porque se pretendem algumas coisas absurdas e engraçadas, em revisitas a Iggy Pop, Rita Lee, Led Zeppelin e outros ilustres homenageados. Apollo Nove. Auditório Ibirapuera (800 lug.). Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n.º, portão 2 do Parque do Ibirapuera. (11) 5908-4299. De amanhã a dom., 20h30. R$ 30

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