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André Marques lança CD marcado por interpretações criativas

Pianista, que lança 'Solo' nesta sexta no Sesc Pompéia, se diz preocupado com a inventividade na hora de tocar

Por Francisco Quinteiro Pires
Atualização:

Como André Marques mesmo diz, ele é um pianista que não consegue tocar uma mesma música do mesmo jeito. Quando toca as próprias composições ou as de outros autores, está preocupado com a inventividade na hora de interpretar. Ele busca novos caminhos: a variação de ritmos, de timbres, de idéias. Por isso se tornou inevitável, embora fosse um sonho nutrido há mais de 15 anos, colocar no mercado um CD como Solo, que será lançado nesta sexta-feira, 9, às 21 h, em show único no Sesc Pompéia.   Veja também:  Ouça trecho de 'Frevo da Oportunidade'    Em Solo (12 faixas), ele precisa desdobrar-se sobre o piano, fazendo as funções de uma banda: a rítmica, harmônica e melódica. E o desafio aumenta dependendo do gênero, como no caso da faixa 8 - Frevo da Oportunidade, de sua autoria. "O frevo tem um ritmo rápido, e o ideal é que toda a percussão apareça no piano solo", ele diz.   André Marques, de 32 anos, escolheu três faixas de outros compositores. Em Acontece (Cartola), ele faz uma interpretação mais solta, marcada pelo improviso, um contraponto a Ilusão à Toa, de Johnny Alf, que tem um arranjo mais definido. A terceira é A Feira, um baião composto por seu pai - o violonista Natan Marques -, que André toca desde pequeno (começou a estudar piano aos 11 anos; hoje é professor no Conservatório Musical de Tatuí). "Quando você toca uma composição faz tempo, você tem espaço para dar uma cara nova a ela."   O CD foi gravado em 2006 pela Nosso Estúdio, quando o pianista estava envolvido com essas três músicas - esse foi o motivo, aliás, para elas estarem neste trabalho. Se Solo fosse gravado neste ano, seriam incluídas Felicidade (Lupicínio Rodrigues) e Vou Vivendo (Pixinguinha). Essa duas podem aparecer na apresentação desta sexta, em que o instrumentista flertará com os improvisos.   As execuções permeadas pela vontade de experimentar têm raiz no convívio desde 1994 com o grupo de Hermeto Pascoal. "A minha base musical vem do conservatório, mas a minha personalidade começou a ser definida a partir da experiência com o Hermeto", ele diz. Fez os estudos iniciais com o pianista Amilton Godoy, do Zimbo Trio. Desde meados de 2006, André Marques atua também no Trio Sucupira - Fábio Gouvêa (guitarra) e Cleber Almeida (percussão). Os três instrumentistas desenvolvem pesquisas sobre as raízes da música brasileira.   A diversidade de gêneros marca o CD Solo, em que se faz uma transição inventiva entre o erudito e o popular. Quando compõe num gênero tradicional, como em Chorinho pro Véio - em que são bem explorados os recursos percussivos do piano -, ele experimenta diferentes soluções durante a execução.

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