Análise: Luis Fonsi joga o jogo que tem dividido o meio musical

'Echa Me La Culpa', vídeo com mais de um bilhão de visitações, leva o fã para a noite e o faz querer continuar ali

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Por Julio Maria
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Luis Fonsi, o popstar portorriquenho mais vitorioso desde os Menudos, é sinal de como o mundo da música tem se dividido. Os que o entendem e jogam seu jogo com as cartas certas, recebem em troca toneladas de views em ações coordenadas pelas redes sociais mais YouTube e plataformas digitais de streaming. Os que não têm paciência por preguiça, delay geracional ou falta de uma equipe criativa, se sustenta de sua base de fãs conquistada na Idade Média (a era das gravadoras).

Luis Fonsi e Daddy Yankee, em apresentação no Grammy 2018. Foto: Reuters

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Chegar ao clube do bilhão, feito que raros brasileiros atingem, requer uma mudança de pensamento sobre a própria narrativa do clipe. Fazê-lo não basta mais, é preciso ser ou pensar como as pessoas que nasceram com uma tela de computador à frente – uma outra forma de vida comparada àquela que cresceu assistindo à MTV. O BTS, grupo sul-coreano do fenomenal K-Pop, chegou aos surreais 45,9 milhões de views nas primeiras 24 horas do lançamento, em agosto passado, do single Idol. Estranho? Até assistirmos ao vídeo para entender o que se passa. Informação visual inebriante, ícones e emojis usados nas redes como linguagem, coreografia editada com velocidade e uma produção musical sem respiros. Quase uma lavagem cerebral.

E então, Echa Me La Culpa. O que teria esse vídeo de Luis Fonsi e Demi Lovato para que fosse visto por 1.780.218.855 (mais de um bilhão). Fonsi tem os agudos ‘del corazón’ de latinos como Juan Luis Guerra e chega onde quer ao lado de Demi. Não há segredo porque há verdade. Noite, luzes, corpos, balada e câmera embriagada por duas taças de gim. Por três minutos e 30 segundos, você também está ali, e não quer ir embora.

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