Amy Winehouse teve uma passagem marcante pelo Brasil meses antes de sua morte, aos 27 anos de idade, que completa uma década nesta sexta, 23 de julho. Entre 8 e 15 de janeiro de 2011, a cantora de Rehab e Back to Black fez shows em Florianópolis, Rio de Janeiro, Recife e São Paulo.
A artista se estabeleceu em um hotel de luxo na região boêmia de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, e praticamente só saía do local para pegar o avião e realizar os shows, voltando à capital fluminense em seguida. A segurança do local foi reforçada e apenas outros hóspedes podiam adentrar no saguão. Mesmo assim, inúmeros fotógrafos ficaram de tocaia na região, de olho em possíveis flagras e deslizes de Amy entre os poucos acenos e contatos que tinha com os fãs. À época, vinha afastada dos palcos havia cerca de um ano e meio, desde maio de 2009, quando cantou em um festival musical no Caribe.
Pouco antes do início da turnê, uma visita ilustre: Ron Wood, guitarrista dos Rolling Stones, que namorava a brasileira Ana Araújo na ocasião, almoçou com a cantora. Mesmo diante de públicos animados, Amy chegou a esquecer a letra de algumas canções (recorreu a 'colas' no chão, sem disfarçar que estava lendo), quase caiu, e fez apresentações breves, deixando algumas músicas inteiras a cargo de seus backing vocals, dando indícios de que sua situação já não era das melhores.
Mesmo durando pouco mais de uma semana, a passagem de Amy Winehouse pelo Brasil foi bastante midiática. Alguns de seus momentos, como a ocasião em que foi fotografada deixando parte dos seios à mostra, ou quase caiu no palco, apresentando sinais de embriaguez, pareciam chamar mais atenção do que sua capacidade musical, e foram exaustivamente compartilhados.
São Paulo foi palco de seu último show no País. Começou às 23h39 do dia 15 e fez parte do Summer Soul Festival (no qual se apresentaram antes Janelle Monáe, Mayer Hawthorne, Instituto e a dupla Miranda Kassin e André Frateschi), no Anhembi. Os fãs puderam ouvir músicas como Just Friends, Tears Dry On Their Own, Valerie, You Know I'm No Good e um bis composto por Love Is a Loosing Game e Me and Mr. Jones durante pouco mais de uma hora. Felizmente, sem grandes erros ou cambaleadas no palco.
Quando seu pai, Mitch Winehouse, que também é músico, esteve no Brasil em novembro de 2015, ele contou ao Estadão: "A Amy sempre gostou de música brasileira. Ela passou a admirar ainda mais a sonoridade do Brasil depois da temporada que passou no País".
Meses depois, em 22 de junho, Amy subiria ao palco de um de seus últimos shows, em Belgrado, capital da Sérvia. Desorientada e sob efeito de drogas, teve dificuldades para se apresentar e ouviu uma sonora vaia.
No mês seguinte, em 23 de julho de 2011, Amy Winehouse morreu em decorrência do excesso de álcool no organismo, que lhe causou um coma e uma parada cardíaca. Segundo os investigadores, ela tinha 416mg de álcool para cada decilitro de sangue, o suficiente para causar uma morte acidental. Seus órgãos vitais estavam em boas condições e não havia traços de drogas ilegais no organismo.