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Alf e Joyce se preparam para turnê japonesa

De hoje a sábado a dupla bossanovista se reúne no Supremo Musical e faz um aquecimento antes de embarcar para o Japão, onde vão mostrar sucessos de carreira no Blue Note

Por Agencia Estado
Atualização:

Johnny Alf não deixa nunca de ser o Alfredo José da Silva do registro de nascimento. O homem de 73 anos que começou a desenhar a bossa nova antes de João Gilberto aprender a tocar violão não sobe nunca no pedestal. Nem quando tem de falar sobre seu novo disco gravado em Nova York ou quando anunciam que fará turnê pelo Japão ao lado da cantora Joyce. A reunião inédita entre os dois músicos, que chegarão ao Blue Note de Tóquio este ano, tem suas últimas preliminares em São Paulo de hoje a sábado, no Supremo Musical. Joyce mostrará músicas de seu disco Gafieira Moderna, entre elas Pega Leve, Azul Bahia, e Bota Sete Léguas. Alf lembrará de Eu e a Brisa, Ilusão à Toa, Rapaz de Bem. Mas Alf só fala sob pressão do repórter, em uma entrevista que ficou mais ou menos assim: O senhor ensaiou muito para este encontro? Johnny Alf - Não. Os músicos que o acompanharão serão seus conhecidos? Não, são da Joyce. Este show vai ser gravado? Não sei. O senhor já foi ao Japão? Uma vez. E daí sai algo mais. A carreira de Johnny Alf é quase que a antítese da de Joyce. Ele fincou o pé no Brasil desde que formou seu primeiro conjunto com amigos de Vila Isabel, no Rio, quando tinha 14 anos e, por sugestão de um amiga americana, deixou o José da Silva virar Johnny Alf. As duas únicas vezes que cruzou fronteiras para tocar em outras terras foram em 1990, para se apresentar no Japão a convite da bossanovista Lisa Ono, e em 2001, nos Estados Unidos, para gravar seu disco novo pelo selo Molambo Records, que sai até o fim do ano. Joyce, como Alf, não se mandou de vez, mas percebeu logo que fazia música mais para inglês ouvir do que para tocar em rádio brasileira. Há dez anos ela tem garantida sua série de shows por clubes japoneses, europeus e norte-americanos. E vende seus discos mais lá fora do que no Brasil. Um palco habitado pelos dois é o que os cubanos chamariam de "descarga caliente". Joyce, além dos atributos de sua voz, domina uma musicalidade que a permite fazer o que lhe vier à cabeça. Alf, que por pouco não é um papa do jazz, faz suas harmonizações na hora em que está em cena, sola como poucos e tem - o que jazzista nenhum tem - um acento na mão direita que faz seu piano sambar. Os músicos, que vieram da turma que Joyce chamou para gravar o Gafieira Moderna, seriam, por eles só, motivo para não se perder o espetáculo. Tutty Moreno será o baterista. Rodolfo Stroeter, que a acompanha há alguns anos, assumirá o baixo. Nailor Proveta e Teco Cardoso estarão nos sopros. E vale lembrar que Joyce age como um mestre-de-cerimônias há quase uma década, convidando anualmente uma músico brasileiro para sair com ela em turnê japonesa. Já estiveram a seu lado Dori Caymmi, Toninho Horta, Paulo Moura, João Donato, Wanda Sá. Chegou a vez do José da Silva. Joyce e Johnny Alf. De hoje a sábado, às 22h. Supremo Musical (Rua Oscar Freire, 1.000. Tel. 3062-0950). Ingresso: R$ 30.

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