Advogado de Jackson diz que ele pode testemunhar

Mesereau disse que não foram encontradas provas de DNA no quarto de Michael Jackson, e sugeriu que o cantor pode testemunhar, apesar de seu nome não constar da lista da defesa. Veja Galeria

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Por Agencia Estado
Atualização:

O advogado de Michael Jackson disse aos jurados na conclusão de sua declaração de abertura, hoje, que não foram encontradas provas de DNA no quarto do cantor que possam comprovar as acusações de abuso sexual contra o cantor e que as autoridades tiveram de mudar as datas dos alegados crimes porque a história do acusador foi mudada. "O senhor Jackson nega essas acusações", disse Mesereau ao júri. "Elas são falsas". Quando Mesereau concluiu sua fala, a acusação chamou a primeira testemunha do caso, o jornalista britânico Martin Bashir, que fez o documentário Vivendo com Michael Jackson, em que o astro aparece de mãos dadas com o menino que o acusa e diz que gosta de dividir a cama com crianças. O promotor Tom Sneddon iniciou, então, a exibição do vídeo de duas horas. Em sua declaração, Mesereau usou palavras que sugeriram que Jackson pode testemunhar, apesar de seu nome não estar na lista das testemunhas da defesa. "Michael vai contar a vocês de uma ocasião em que ele teve um pressentimento ruim em Neverland", disse o advogado, em referência ao rancho do cantor onde os promotores dizem que ocorreu o abuso. O advogado disse que Jackson ficou com medo ao levar a mãe do menino que o acusa e dois dos filhos dela ao cinema particular que ele tem na casa. "De repente, ela agarra a mão de Michael Jackson e a mão das crianças e diz: ´vamos nos ajoelhar e rezar com nosso papai, Michael Jackson´". "Michael teve um pressentimento muito ruim e pensou: ´preciso sair dessa´", disse Mesereau. Ele disse no começo de sua declaração, ontem, que as promessas feitas na abertura das declarações tinham de ser mantidas e que ele cumpriria todas ao júri. Ele deu a entender que a acusação não iria. O advogado de defesa lembrou aos jurados que, ao detalhar o alegado abuso, o promotor fez um "horrível discussão sobre masturbação". Mas, ele disse, nenhuma amostra de DNA do acusador foi encontrada no quarto de Jackson durante as buscas no rancho. Mesereau acusou a promotoria de mudar as datas dos alegados abusos porque elas não iriam bater com as de uma entrevistas de funcionários e da família. Ele disse que o menino disse uma vez aos investigadores que o abuso aconteceu antes da entrevista de 21 de fevereiro, mas em outro ponto disse que foi depois. O advogado disse que a mãe do menino estava usando acusações criminais para construir um caso civil e conseguir dinheiro. Segundo ele, o advogado dela, Larry Feldman, disse em uma entrevista a Larry King, na CNN, que "ela quer dinheiro". Feldman também representou um menino que acusou Jackson de abuso em 1993. Aquele garoto fez um acordo multimilionário e as acusações foram retiradas. Tanto Sneddon como Mesereau não citaram as acusações de 1993, pois o juiz ainda não decidiu se esse caso poderá citado no julgamento. O advogado respondeu às acusações de que Jackson oferecia materiais pornográficos às crianças. Segundo ele, as crianças saíam de seu controle e pegavam as revistas pornográficas sem que o astro permitisse. "O senhor Jackson admite que lê essas revistas as vezes", disse Mesereau. "Mas ele não as mostra às crianças". Sobre a acusação de uma das revistas conter tanto as digitais de Jackson como as do menino que o acusa, o advogado disse que o cantor pegou o menino lendo a revista e pegou-a de suas mãos. Sobre as acusações de que Jackson dava bebida aos garotos, Mesereau disse que os meninos "foram pegos intoxicados, eles foram pegos com garrafas. O senhor Jackson não estava perto".

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