Acusação ouve últimas testemunhas contra Jackson

Depois de uma série de derrotas para a acusação, o promotor Tom Sneddon pretende concluir sua parte do julgamento esta semana Veja Galeria

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Por Agencia Estado
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A acusação no processo contra o cantor Michael Jackson começou nesta segunda-feira aquela que espera ser a última semana de testemunhos antes de serem iniciados os depoimentos das testemunhas da defesa. O promotor Tom Sneddon expressou seu desejo de concluir sua parte do julgamento antes do final desta semana. O fim dos testemunhos da acusação chega a esta semana rodeado de várias derrotas para a promotoria. Segundo os comentaristas que acompanham o processo, as acusações da promotoria foram fragilizadas por causa dos problemas de credibilidade das testemunhas que apresentou. Além disso, o juiz Rodney Melville, encarregado do caso, pareceu favorecer a defesa de Jackson nas últimas decisões tomadas a portas fechadas. Em atitude que foi interpretada como "vitória tática" para a defesa, Melville autorizou o testemunho de um menor que conheceu o adolescente que supostamente sofreu abuso sexual e seu irmão. A declaração do menor está relacionada com o momento em que o acusador e seu irmão se masturbaram em sua presença. Melville também rejeitou a tentativa da acusação de convocar especialistas em temas de violência doméstica para explicar as aparentes contradições nas declarações da mãe dos meninos. Além disso, o juiz descartou como "insinuações lascivas" a parte do testemunho de um ex-segurança de Jackson que garante ter levado vaselina ao cantor em um suposto incidente sexual com outro menor há mais de dez anos. Ainda assim o ex-segurança, Kassim Abdool, testemunhou hoje que viu, entre 1992 e 1993, Jackson e o garoto que fez um acordo milionário com ele, saírem juntos de uma banheira e que os trajes de banho deles estavam jogados no chão. Abdool é um dos ex-funcionários de Jackson que perderam um processam contra o cantor em 1997 e tiveram de pagar por uma indenização ao cantor. Apesar das pequenas derrotas, a acusação ainda tem uma poderosa arma contra Jackson: o testemunho da ex-esposa do cantor Debbie Rowe. A ex-enfermeira, mãe de dois dos três filhos de Jackson, testemunhará esta semana no julgamento contra o cantor como parte da Acusação. Embora Debbie tenha se mantido discreta em suas declarações desde sua separação do cantor, mantém uma disputa com Jackson sobre a guarda de seus filhos Prince, de oito anos, e Paris, de sete. A acusação alega que Debbie foi obrigada a participar de um vídeo elogiando Jackson como bom pai e humanitarista. Jackson, de 46 anos, é acusado de abusar sexualmente de um paciente de câncer de 13 anos entre fevereiro e março de 2003. Além disso o autodenominado "rei do pop" é acusado de conspiração para manter presos contra a vontade o menor e sua família, assim como de dar a ele bebidas alcoólicas. Apesar das acusações, o autor de Thiller, o álbum mais vendido do mundo. mantém a guarda de seus três filhos, incluindo o mais novo, Prince Michael II. O testemunho de Debbie é esperado com tanto interesse como o de algumas das testemunhas que a defesa pensa convocar. Trata-se de uma lista de testemunhas mais parecida à de convidados para uma grande festa de Hollywood em que estão, segundo o advogado Thomas Mesereau, Elizabeth Taylor e Jay Leno. Também deve testemunhar a favor de Jackson o ator e padrinho do primogênito do cantor, Macaulay Culkin, que é amigo do cantor desde a década de 90. Culkin, 24 anos, negou em várias ocasiões ter sido vítima de abusos sexuais por parte do cantor. No entanto, dois ex-empregados de Jackson testemunharam que tinham visto o cantor com a mão na coxa de Culkin, então menor de idade, embora essas declarações tenham sido rebatidas pela defesa.

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