Acusação conclui apresentação contra Jackson

Durante dez semanas, acusação apresentou 80 testemunhas contra o cantor, tentando provar que ele abusou sexualmente de um garoto Veja Galeria

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A acusação deu por encerrada hoje a apresentação de suas testemunhas no julgamento de Michael Jackson, com a qual tentou provar durante mais de dois meses que o astro pop abusou sexualmente de um menor de idade e tentou manter a família dele presa em sua enorme propriedade, o rancho Neverland. A defesa imediatamente pediu que o julgamento fosse anulado baseando-se na falta de provas contra o cantor. O juiz Rodney S. Melville disse que a moção seria a primeira coisa a ser discutida amanhã. Este é um procedimento habitual em julgamentos após a conclusão da exposição dos argumentos da acusação. O promotor Tom Sneddon disse ao juiz Rodney S. Melville que havia concluído sua apresentação, enquanto o juiz decidia se uma série de artigos que foram exibidos aos jurados poderão ser aceitos como provas. O juiz disse que a promotoria poderia apresentar mais testemunhas no decorrer do julgamento, de acordo com suas decisões. O último depoimento de hoje foi de um ex-empregado de um sócio de Jackson. Rudy Provencio, questionado pela defesa do cantor, reconheceu que antes de depôr ele modificou um texto de uma declaração que ele deu à polícia para implicar Jackson num caso ilícito. A promotoria apresentou seu caso com muito drama, dentro e fora do tribunal. Um pitoresco elenco de mais de 80 testemunhas desfilou pelo tribunal durante 10 semanas, encabeçados pelo jovem acusador, sua histriônica mãe e outros que disseram que os abusos de menores por Jackson aconteciam desde os anos 1980. Alguns dos testemunhos da defesa acabaram beneficiando a defesa, entre eles o da ex-mulher de Jackson, que o descreveu como uma vítima de charlatões ávidos por tirarem seu dinheiro. Mesmo sem dizer nada, Jackson continuou sendo a estrela do tribunal. Sua ausência, causada em duas ocasiões por problemas de saúde, provocou rebuliço e, em uma das vezes, teve de ir ao tribunal de pijamas, sob a ameaça de ser preso caso não aparecesse para a audiência. Depois disso, Jackson se apresentou sempre pontualmente e escutou com serenidade os depoimentos, vestido sempre com vistosos paletós bordados. Quando sua última testemunha desceu do banco de depoimentos, Sneddon concluiu uma apresentação com dois eixos centrais: que em 2003 Jackson abusou do menino, então com 13 anos e doente de câncer, e que tentou prendê-lo - junto com a família - após a exibição de um documentário que denegria a imagem do cantor. No vídeo, Vivendo com Michael Jackson, o menino aparece junto ao cantor, que diz gostara de dividir a cama com crianças, mas sem conotações sexuais. Jackson supostamente abusou do menino 14 dias depois da exibição do vídeo nos Estados Unidos. O caso de abuso se baseou, em última instância, nas palavra do acusador e de seu irmão. A suposta vítima do cantor disse que sofreu abusos em duas ocasiões no quarto de Jackson em Neverland. O irmão dele disse que viu Jackson abusar do irmão duas vezes enquanto o menino dormia. Não ficou claro se havia contradições nos testemunhos dos meninos ou se eles descreveram fatos diferentes. Sneddon conseguiu que o juiz permitisse os depoimentos de pessoas ligadas a outras acusações de abuso por Jackson. Uma das mais importantes dessas testemunhas foi um jovem de 24 anos que disse que Jackson tocou-o por dentro dos shorts durante uma brincadeira de cócegas, em 1987. A mãe dele, uma empregada de Neverland, testemunhou que viu Jackson tomar banho com um menino. Ela e o filho fizeram um acordo milionário com Jackson para não abrir um processo. Promotores também gastaram horas falando das inúmeras revistas pornográficas encontradas na casa de Jackson e em fotos de garotos nus.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.