Academy of St. Martin faz recital em São Paulo

Músicos ingleses interpretam Britten, Brahms, Mozart, Beethoven e Nielsen no Teatro Cultura Artística

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Por Agencia Estado
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Os ingleses da Academy of St. Martin-in-the-Fields estão de volta a São Paulo para uma série de três apresentações no Teatro Cultura Artística. No entanto, a orquestra não vem completa para a cidade, mandando em seu lugar o conjunto de câmara: cinco grandes instrumentistas, os solistas de suas primeiras estantes. Comandados pelo spalla Kenneth Sillito, o violinista Malcom Latchem, os violistas Robert Smissen e Stephen Tees e o violoncelista Stephen Orton vão interpretar peças de Britten, Mozart, Brahms, Beethoven e Nielsen. Como convidado, também participa das apresentações o clarinetista Julian Farrell. "Convidamos Julian quando nos pediram que incluíssemos peças para quinteto de cordas e clarinete", explica Malcom Latchem, de Londres, por telefone. "Decidimos, então, interpretar as duas mais famosas peças para essa formação, os quintetos op. 115 de Brahms e o K. 581 de Mozart." Além dessas peças, serão executados o Quarteto Fantasia em Fá Maior, de Britten, o Quinteto para Cordas em Dó Maior K. 515, de Mozart, o Quinteto em Sol Maior, de Nielsen, e o Quinteto em Dó Maior Op. 29, de Beethoven. "A peça de Britten é bem curta, foi escrita no início de sua carreira, quando ele tinha apenas 19 anos", lembra Latchem. "Ele a fez para uma competição, dentro do formato fantasia, livre, e ganhou o primeiro prêmio. Mais tarde, no entanto, voltou atrás e não quis que a peça fosse executada, uma bobagem." No fim da vida, o compositor voltaria atrás na decisão o que, segundo Latchem, "permitiu às pessoas reconhecerem em uma peça da juventude toda a genialidade de Britten". Também era bastante jovem o Nielsen que escreveu o Quinteto em Sol Maior, em 1888. "Todo seu caráter, o que marcaria sua obra anos mais tarde, já está presente na peça." Quanto a Mozart... "Bom, aí não dá para explicar o porquê da escolha. Mozart é Mozart." De Beethoven, a escolha recaiu conscientemente em uma peça não muito executada, o que ocorre, de acordo com Latchem, "por causa de suas grandes exigências técnicas". O conjunto de câmara da Academy of St. Martin in the Fields (nome da orquestra fundada em 1959 pelo maestro sir Neville Marriner) foi criado em 1967. Uma extensão do trabalho da orquestra em termos de possibilidades de repertório, além de um espaço para que os instrumentistas pudessem aperfeiçoar-se. "Pode-se dizer que temos mantido a mesma formação básica há um bom tempo, pelo menos desde 1985, sempre convidando outros músicos da orquestra para participar das apresentações." Alcance - "Nosso trabalho colabora na tarefa de ampliar ao máximo o alcance de repertório da orquestra", diz Latchem, que ressalta também a interferência do trabalho de câmara no momento em que se apresentam com toda a orquestra. "Ajuda muito, até mesmo porque tocamos várias vezes sem regente, quando a ligação e a compreensão entre os solistas da orquestra precisa ser muito grande." Ao lado da temporada de concertos, o grupo possui uma agenda de gravações que - sob a chancela de selos como o Philips Classics, Chandos, Hyperion - já proporcionou cerca de 30 álbuns. "Chegamos num ponto no qual já sabemos o que cada um pensa, o que é muito bom, você nem sempre precisa discutir sobre a música para que ela aconteça."

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