Geraldo Vandré atendeu o telefone. Ouviu a introdução do repórter em silêncio, perguntou seu sobrenome três vezes durante a conversa, mas falou.
Sabe que uma biografia foi lançada sobre o senhor? Alguém me disse alguma coisa, mas não sei muito sobre isso.
O senhor não vai ler? Vou, mas não tenho muita pressa. Estou no Rio e só vou para São Paulo em um mês.
O senhor entraria na Justiça contra o biógrafo? Vou pensar. É algo que implica no direito da personalidade.
Da privacidade, o senhor quer dizer? Não, da personalidade artística. É uma exploração indevida. Minha personalidade artística pertence a mim.
Mas o livro parece sério, apurado. E não está sendo vendido. Mesmo assim, é uma exploração. Existe uma questão comercial aí.
Não acredita que o povo precisa conhecer sua história? Minha história é secundária. E esse conceito de povo é muito genérico