27 de setembro de 2015 | 09h46
Quando Katy Perry tomou o palco Mundo do Rock in Rio 2011, era o auge do disco Teenage Dream (2010) – o segundo dela a partir do momento no qual assumiu o sobrenome artístico de Perry. Era um público decididamente jovem, capaz de se conectar com a cantora que fez sucesso justamente por falar com uma geração que descobria a sexualidade como os últimos integrantes da chamada Geração Y. Ao “beijar uma garota e gostar”, como cantou no sucesso I Kissed a Girl e como tantos outros jovens experimentavam na puberdade, Katy encontro seu público. Fez, ali no Rock in Rio, a celebração daquilo que havia construído até ali.
Katy não ocupava a posição de destaque a qual foi alçada nesta nova edição do Rock in Rio, realizada quatro anos depois. A performance dela vinha antes de Rihanna, que também volta ao festival, mas foi escalada para encerrar o sábado, 26.
Agora, é com Katy Perry que o festival de sete dias, capaz de reunir 595 mil pessoas na Cidade do Rock, em Jacarepaguá, se despedirá novamente do Rio de Janeiro.
Ela sobe ao Palco Mundo na madrugada deste domingo, 27, para segunda-feira, com uma nova turnê e a responsabilidade que já tiveram, por exemplo, nomes como Guns N’ Roses (2011) e Iron Maiden (2013), para elencar aqueles que fizeram o último show das edições anteriores desta nova era do Rock in Rio, desde o retorno à cidade natal, reiniciada após dez anos de aventuras europeias, por Lisboa e Madri.
Veja, abaixo, 9 motivos pelos quais, pelo menos na noite deste domingo, 26, a cantora norte-americana será capaz de trocar o nome do festival para Pop In Rio:
Em 2013, lançou Prism, um disco que vendeu 286 mi l cópias na primeira semana apenas nos Estados Unidos, a melhor estreia dela, e chegou ao topo das paradas. Três anos depois de Teenage Dream, o pop de Katy cresceu com seus fãs.
O fato de Katy Perry nesta posição de destaque comprova a ligação do Rock in Rio com o pop. Afinal, por mais que exista o gênero roqueiro no nome, o festival nunca se deixou limitar por isso.
Em uma análise de dados divulgados em janeiro deste ano, Katy ficou atrás apenas de Rolling Stones, Justin Timberlake e One Direction, na lista de turnês mais rentáveis ao redor do mundo. Foram mais de 1,4 milhões de ingressos vendidos.
Aquela mesma pesquisa mostrou que Katy, enfim, liderou o ranking de mulheres do pop. Deixou para trás nomes que estavam a sua frente nos últimos anos, como Beyoncé (em turnê solo e nas performances ao lado do marido Jay Z), Lady Gaga e Rihanna.
O grande trunfo da turnê permanecer na ativa e com sucesso foram as quantidades de singles vendáveis que surgiram de Prism.
Roar, primeiro single do álbum, era o grito de independência de Katy. É uma prova de que ela não deixará mais os outros dizerem a ela o que fazer. “Eu acho que esqueci que tinha uma escolha”, ela canta. “Eu sou uma campeã e você ouvirá o meu rugido”.
Acompanhada pelos produtores de longa data Dr. Luke e Max Martin, ela assumiu o poder da pista de dança neste novo trabalho, como é o caso de Dark Horse, música com a qual ela se aproxima do trap, com batidas pesadas e a participação do rapper Juice J.
A temática das canções de Katy também amadureceu no disco. Unconditionally é uma balada de amor que até poderia ter sido melhor trabalhada em termos de marketing.
Em 2011, ela apresentou um mundo colorido e doce, brincou com as barreiras e, veja só, até beijou alguém. Não foi uma garota, mas um rapaz (alguém se lembra do “Julio de Sorocaba”?). Agora ela quer o trono do pop no festival. Ela quer o Pop In Rio.
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