7.º Prêmio Visa escolhe os 5 que vão para a final

São eles o Trio Curupira, Danilo Brito, Ricardo Herz, Choro Elétrico: 4x0, João Luiz e Douglas Lora. Veja especial sobre o prêmio

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Por Agencia Estado
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Foi emoção demais para o adolescente Danilo Brito. Na última terça-feira, depois de deixar boquiaberto o público do Canecão, com quatro choros clássicos solados ao bandolim, na quarta e última semifinal do 7.º Prêmio Visa de Música Brasileira - Edição Instrumental, ele precisou de ajuda para sair do palco. Danilo tem 18 anos, toca desde os 5 e classificou-se para a final, em 16 de setembro, no Teatro Municipal de São Paulo. Ele vai disputar com o grupo Choro Elétrico: 4x0, o duo de violões João Luiz e Douglas Lora, o violinista Ricardo Herz e o Trio Curupira, todos representantes do Estado de São Paulo. O primeiro colocado grava um disco pelo selo Eldorado e recebe R$ 110 mil. O segundo ganha R$ 55 mil mil e o terceiro, R$ 35 mil. Os outros concorrentes da noite eram o gaúcho Alessandro Kramer e o trio Nelson Faria, Ney Conceição e Kiko Freitas, que acompanha o compositor João Bosco. Foi uma decisão difícil para o júri, formado por Nelson Ayres (presidente), Luciana Rabello, Ulisses Rocha, Toninho Ferragutti e Amilton Godoy. Tanto que eles ampliaram o número de finalistas de três para cinco. "Há muita gente boa na música", disse Luciana. A confirmá-la houve 518 inscritos nesta edição do Visa, o dobro da última dedicada a instrumentistas, em 2001, que revelou o violonista Yamandú Costa. Ele estava na platéia, torcendo discretamente por Kramer, seu companheiro de geração e palcos, que também fez bonito. Começou com Maresia, um tango a la Piazzolla, emendou com o vanerão Sete de Ouro (um gênero do sul, aparentado da quadrilha e do forró) e concluiu com Frevo em Maceió (de Hermeto Pascoal) e Forrozim (de Heraldo do Monte). "Para mostrar que minha música não tem fronteiras", explicou ele, feliz com a vitrine do Visa. "Independente do resultado, tive novos olhos voltados para meu trabalho." Ney, Nelson e Kiko abriram a noite com três clássicos (Na Baixa do Sapateiro, Eu Sei que Vou te Amar e Vendo Bravo, e um tema de Nelson, Rodolfo Cardoso e Hamleto Stamato, Baião por Acaso). Eles praticamente desembarcaram do avião que os trouxera de Nova York onde, na segunda-feira, haviam feito o último show de uma turnê de 45 dias com João Bosco. "Os ensaios foram nos intervalos, todo mundo influindo no repertório e nos arranjos. E fizemos duas apresentações totalmente clandas", disse Ney, ao casal global Chico Pinheiro e Carla Vilhena, apresentadores do espetáculo. Nelson explicou o significado do neologismo "clandas": "Show clandestinos, fora da agenda. O João tem ciúme se tocamos com outras pessoas, mas dá a maior força para nosso trabalho." Elba Ramalho fechou a noite com um show baseado em seu disco dedicado a Luiz Gonzaga. Ontem, cada concorrente seguia seu caminho. Alessandro tem público cativo no sul e acha que o Visa o projeta nacionalmente, como aconteceu com Yamandú Costa. Os veteranos Ney, Nelson e Kiko, continuam com João Bosco e preparam um disco próprio para o fim do ano. E Danilo corre para a glória. Independentemente do resultado do Visa, ele tem uma madrinha de peso, a cantora Beth Carvalho, que estava no Canecão, rendendo-lhe homenagens. E a emoção que o fez desfalecer certamente vai entrar para o folclore de sua carreira, quando ele for um veterano consagrado.

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